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Casos de sarampo registados este ano são isolados e importados do Brasil

Os sete casos de sarampo registados nos dois primeiros meses deste ano em Portugal são na sua maioria isolados e importados do Brasil, disse à agência Lusa a coordenadora do Programa Nacional da Vacinação (PNV).

Segundo Teresa Fernandes, os sete casos registados nos meses de Janeiro e Fevereiro “não levantam preocupações”, estão a ser investigados e “apenas há a hipótese de uma ligação entre dois” deles.

“Isto só significa que o risco no resto do mundo é maior e que os países que têm melhores relações com Portugal, de onde recebemos mais pessoas e para onde viajamos mais, têm surtos de sarampo”, afirmou.

Apesar de reconhecer que o confinamento imposto pela covid-19 faz com que as pessoas estejam mais protegidas, pois estão em casa, a responsável alerta que os pais não podem atrasar a primeira vacinação, até aos 12 meses de idade, em que as vacinas previstas no PNV conferem protecção contra mais de uma dezena de doenças.

Após o mês de fevereiro não foram registados mais casos de sarampo em Portugal, que em 2019 teve um total de 10 casos, segundo o último relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo e Doenças (ECDC).

Teresa Fernandes avisou que os pais devem tentar marcar previamente a ida ao centro de saúde para a vacinação, evitando aglomerados de pessoas nas salas de espera.

“Apesar dos espaços nos centros de saúde estarem separados, o melhor é marcar porque convém evitar aglomerados nas salas de espera. Quando não é possível marcar, por telefone ou e-mail, (...) os pais devem ir e com toda a certeza terão uma solução”, afirmou.

A responsável insistiu que até ao primeiro ano de vida, as vacinas são prioritárias, assim como nos grupos de risco.

“Em algumas idades pode haver atrasos, como aos cinco anos, a pessoa tem durante o ano todo dos cinco anos para se vacinar, não é preciso ir agora. Mas nestes casos da primeira vacinação não se pode facilitar”, acrescentou.

A coordenadora do PNV lembrou ainda o caso das grávidas, sublinhando que também não devem adiar a vacinação além das 28 a 32 semanas de gestação, para protegerem os seus bebés contra a tosse convulsa.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) já tinha alertado no final março para a importância de cumprir o PNV, lembrando que as vacinas previstas para o primeiro ano de vida conferem protecção contra 11 doenças potencialmente graves.

Numa nota publicada na altura no seu ‘site’, e perante a necessidade de adoptar medidas de carácter excepcional e temporário para prevenção da transmissão da infecção por covid-19, a DGS define como prioritária a vacinação recomendada no primeiro ano de vida e sublinha que, “aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são muito importantes”.

“A situação epidemiológica do sarampo a nível mundial não permite adiar”, alertava a DGS, recomendando a vacinação “o mais breve possível” às crianças que têm estas vacinas em atraso.

A própria Organização Mundial de Saúde já avisou esta semana que a pandemia de covid-19 não pode pôr em risco campanhas de vacinação contra outras doenças, sublinhando que doenças como a poliomielite ou o sarampo podem ressurgir.

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