UE e outros 21 países da OMC apostados em garantir cadeia alimentar
A União Europeia e 21 outros países da Organização Mundial do Comércio (OMC) comprometeram-se hoje a assegurar o bom funcionamento das cadeias globais de abastecimento alimentar, afetadas pela pandemia da covid-19.
Um dia após a Organização das Nações Unidas (ONU) ter advertido para o risco de fome no mundo “de proporções bíblicas” como consequência da pandemia, a UE e mais de duas dezenas de países da OMC comprometeram-se, numa declaração conjunta, a assegurar o bom funcionamento da agricultura mundial e das cadeias de abastecimento agro-alimentar, evitando medidas com potencial impacto negativo na segurança alimentar, na nutrição e na saúde dos outros membros da organização e das suas populações.
A declaração conjunta, apela a que quaisquer medidas de emergência relacionadas com a agricultura e os produtos agro-alimentares sejam “orientadas, proporcionadas, transparentes, temporárias e coerentes com as regras da OMC” e “não devem distorcer o comércio internacional destes produtos nem resultar em barreiras comerciais injustifi cadas”.
Os signatários comprometem-se igualmente a encetar um diálogo para melhorar a preparação e a capacidade de resposta às pandemias, nomeadamente através da coordenação multilateral.
Além da UE, os membros da OMC que assinaram a iniciativa são a Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Hong Kong-China, Japão, Coreia do Sul, Malaui, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Qatar, Singapura, Suíça, Ucrânia, Uruguai e o território aduaneiro distinto de Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.