Movimento de doentes alerta para importância de vacinas na prevenção de riscos
O Movimento Doentes pela Vacinação (MOVA) alertou hoje para a importância das vacinas, lembrando que previnem doenças como a pneumonia pneumocócica ou a gripe e que qualquer investimento em prevenção é preferível aos custos da cura.
Num comunicado a propósito da Semana Europeia da Vacinação, a fundadora do MOVA, Isabel Saraiva, lembra que, no caso da pneumonia, as pessoas correm “riscos de mortes, morbilidades e sequelas graves”.
O MOVA defende que a vacinação “deve ser uma prioridade ao longo da vida, em especial para os doentes crónicos e para quem tem mais de 65 anos”.
“Correm maior risco de contrair doenças graves como a pneumonia pneumocócica e, por isso, devem ser protegidos”, refere o movimento, sublinhando que a pandemia covid-19 veio mostrar a fragilidade destes grupos e reforçar a necessidade de os protegermos contra esta e outras doenças.
“Para a Covid-19 ainda não há vacina, mas, felizmente, a imunização já é uma realidade na prevenção de outras doenças”, acrescenta.
O MOVA diz que tem vindo a defender a proteção dos grupos de risco através de imunização e que tanto especialistas como associações de doentes apelam à gratuitidade da vacina contra a pneumonia para as pessoas com mais de 65 anos, à semelhança do que já acontece com a vacina da gripe.
Para o movimento é fundamental olhar para a realidade portuguesa de modo a não ignorar que 21% dos portugueses têm 65 ou mais anos, o que perfaz cerca de dois milhões de pessoas.
“Ao beneficiarem desta medida, acabam por contribuir para uma redução significativa de custos que rondam em média 80 milhões de euros anuais, só em internamentos”, afirma.
Citada no comunicado, Isabel Saraiva, que é também presidente da Respira e da Fundação Europeia do Pulmão, diz que a vacinação tem “ganhos quantitativos e qualitativos”, permitindo “investir na saúde, a prevenir eventuais internamentos e, no limite, a reduzir significativamente o número de mortes”.
Citando diversos estudos, o MOVA refere que, por semana, a pneumonia provoca, em média, 161 mortes e um gasto de 1,5 milhões de euros, só em tratamentos e internamentos -- não contabilizando outros custos indiretos e intangíveis.
Lembra que atualmente existe uma recomendação de vacinação antipneumocócica a todos os adultos (idades superiores a 18 anos) pertencentes aos grupos de risco -- idosos, diabéticos, doentes respiratórios crónicos, asmáticos, entre outros -- e que a vacina é gratuita para as crianças, “embora a eficácia esteja comprovada em todas as faixas etárias, incluindo em prevenir formas mais graves da doença”.
As autoridades de saúde já tinham apelado esta semana à vacinação, pedindo aos pais para que não deixem de vacinar os seus filhos para evitar epidemias futuras.
Segundo dados oficiais, em fevereiro deste ano registou-se uma redução no número de vacinas administradas nos cuidados de saúde primários em Portugal. Os dados do portal da transparência registam em fevereiro deste ano uma soma de 112.190 vacinas administradas, quando em fevereiro de 2019 o valor era de 184.434.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.