Ligas de futebol que não terminem devem escolher representantes na Europa por mérito
As ligas europeias de futebol que não conseguirem concluir a época 2019/20 devido à pandemia de covid-19 devem escolher os representantes nas competições europeias por “mérito desportivo”, anunciou hoje a UEFA.
A conclusão, acordada hoje na reunião por videoconferência do Comité Executivo, pretende que as provas que não forem concluídas com base em razões “legítimas” para o fazer terão de desencadear um “procedimento de seleção de equipas que deve basear-se em princípios objetivos, transparentes e não discriminatórios”.
Uma das possibilidades a que o organismo abre agora a porta é a realização de formatos alternativos ao habitual nos campeonatos europeus, sobretudo devido a problemas de disponibilidade de calendário, como um sistema de ‘play-offs’.
“A UEFA pede às associações nacionais e ligas que explorem todas as opções possíveis para disputar as competições de topo, que dão acesso a competições UEFA, até à sua natural conclusão. (...) Se isso não for possível, em particular devido a problemas de calendário, será preferível que as competições suspensas possam regressar num formato diferente, para que facilitassem a qualificação por mérito desportivo”, pode ler-se no comunicado.
A nota do comité destaca as decisões tomadas na Bélgica e na Escócia - que pretendem encerrar os campeonatos definitivamente, depois de terem sido suspensos em março devido à pandemia -, para encaixar este tipo de tomadas de posição num regime de excecionalidade.
Para a UEFA, constituem razões “legítimas” para a conclusão antecipada das competições a existência “de uma ordem oficial a proibir eventos desportivos” ou “problemas económicos intransponíveis” e que coloquem em risco “a estabilidade financeira a longo prazo da liga ou dos seus clubes”.
A UEFA reserva ainda o direito de rejeitar as formações, que deverão ser indicadas pelas federações nacionais, se existir “uma perceção pública de injustiça na qualificação” para a Liga dos Campeões e a Liga Europa de 2020/21.
Do Comité Executivo, em que foram aprovadas estas diretrizes, saiu nova “recomendação assertiva” para que se possam completar as principais divisões nas 55 federações membro da UEFA.
A reunião elencou ainda dois cenários, não divulgados, para o regresso do futebol, sendo que ambos equacionam “o futebol doméstico a reiniciar-se antes das competições de clubes da UEFA”, com um deles a colocar campeonatos nacionais e Liga dos Campeões ou Liga Europa em paralelo.
O outro cenário significa concluir as provas nacionais até agosto, altura em que se reiniciarão as competições europeias. Portugal já não está representado em qualquer das duas provas continentais.
Nesta reunião, ficou ainda decidido manter o nome do Euro2020, uma medida já anunciada e que serve para manter “a visão original do torneio como celebração do 60.º aniversário do Campeonato da Europa”.
Por outro lado, foi agendada para 27 de maio uma decisão final sobre o Europeu de sub-21, para já agendado para 2021, mas que pode seguir o mesmo caminho do Euro2021 de futebol feminino, hoje adiado para 2022.