Retalho automóvel português quer reabrir em 4 de Maio
O setor do retalho automóvel está a preparar-se para reabrir em 04 de maio e vai ter “contactos com o Governo ainda hoje” nesse sentido, adiantou o secretário-geral da ACAP - Associação Automóvel de Portugal, Hélder Pedro.
O responsável, que participou num ‘webinar’ promovido pela associação e pelo Standvirtual, sobre a retoma do mercado automóvel no âmbito da pandemia de covid-19, adiantou que a ACAP “defende que o setor reabra em 04 de maio, no fim do estado de emergência, e vai lançar ainda hoje aos seus associados um protocolo sanitário” para que sigam as recomendações, facilitando a reabertura.
Nesse sentido, a associação “deliberou pedir, a partir de 04 de maio, a abertura do setor”, sublinhando que vai haver “contactos hoje com o Governo para agilizar” este processo, informou.
Hélder Pedro deu ainda conta de propostas de medidas, incluindo o regresso do programa de incentivo ao abate “para [veículos] novos e usados”.
“Achamos que o comércio de usados tem sido o mais afetado, a paralisação é total e é necessário que haja esse apoio. Pedimos a Bruxelas que recomende aos Estados-membros estes programas e que os fundos a transferir incluam uma parte para renovar o parque automóvel”, adiantou.
A ACAP reiterou ainda uma proposta feita ao Ministério das Finanças para a suspensão do IUC (Imposto Único de Circulação) para carros em ‘stock’.
“Neste momento ainda não há uma resposta concreta, mas foi-nos dito que havia a possibilidade de cancelar a matrícula no IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes]. Mas isso tem um custo e demora”, alertou Hélder Pedro.
“Acho que é importante dar um sinal de retoma da economia. As fábricas de automóveis vão voltar já no final de abril e maio e em outros países já começaram. E o comércio tem que abrir também naturalmente. Pode haver até um aumento da procura e é importante que o setor abra em 04 de maio”, adiantou.
Durante o ‘webinar’ foi apresentado um estudo realizado na China, dando conta do aumento do transporte individual, face ao público, por razões de segurança, mas para António Coutinho, presidente executivo do grupo M. Coutinho, é “pouco provável” que esta tendência se alargue no tempo, tendo em conta a estratégia ambiental que existe em Portugal.
Para o responsável, a retoma vai-se iniciar “primeiro nos usados”, tendo em conta os preços praticados no veículos novos.
António Coutinho falou ainda numa “paragem total do mercado, quer nos novos como nos usados”, e contabilizou uma queda de 85% neste momento.
O grupo M. Coutinho quer voltar à atividade, mas espera alterações nos comportamentos dos clientes, sendo que, de acordo com o presidente da empresa, é “muito importante cumprir todas as regras sanitárias e passar confiança aos clientes”.
Na empresa, onde já se implementaram várias medidas, como aumento de distâncias de segurança, barreiras acrílicas e desinfeção, estuda-se uma estratégia de “portas sempre abertas” para que os clientes não tenham que tocar em nada.
O diretor-geral da Santogal usados, Nuno Troufa, salientou, por sua vez, que “o crescimento vai ser gradual”, sublinhando que é “importante não cair na tentação de entrar em grandes baixas de preços”.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 820 pessoas das 22.353 confirmadas como infetadas, e há 1.143 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.