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Um morto e pelo menos dez detidos em novos protestos e saques na Venezuela

Foto EPA
Foto EPA

Uma pessoa faleceu e pelo menos dez foram detidas pelas autoridades durante protestos e saques ocorridos hoje em Upata, no Estado venezuelano de Bolívar (730 quilómetros a sudeste de Caracas).

Ocorreram também protestos na localidade de Punta de Mata, município Esequiel Zamora, do Estado venezuelano de Monágas, 460 quilómetros a sudeste de Caracas.

Os protestos foram confirmados pelo deputado Ángel Medina e pela Câmara de Comércio de Piar (estado de Bolívar).

A vítima, um homem, morreu com um tiro na cabeça. No sítio onde morreu, os manifestantes escreveram a mensagem “morreu de fome”.

Entretanto, vídeos e fotos divulgados através do Twitter dão conta do momento em que funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) usa bombas de gás lacrimogéneo para dispersar centenas de manifestantes, em Upata.

Foram também divulgadas fotos de estabelecimentos comerciais saqueados, mas não há informação oficial sobre quantos são, nem a que tipo pertencem, sabendo-se, no entanto, que a maioria seriam lojas de produtos alimentares.

Os protestos, que começaram nas proximidades do mercado municipal, surgiram devido à escassez de alimentos, ao alto preço dos produtos e à falta de gasolina, com vários manifestantes a tentar saquear vários estabelecimentos comerciais, uma situação que obrigou à intervenção das forças de segurança.

Segundo a imprensa local, os manifestantes queixam-se de que a alta inflação registada durante as últimas semanas tem tornado inalcançáveis alguns produtos para a população, cujos salários reduziram-se desde março último, devido à quarentena social preventiva da covid-19.

A maioria dos comerciantes de Upata fecharam as portas por receio de novas pilhagens.

Os protestos começaram quarta-feira na localidade de Cumanacoa, no Estado venezuelano de Sucre, a 460 quilómetros a leste de Caracas, onde vários estabelecimentos comerciais foram saqueados e pelo menos sete pessoas ficaram feridas.

Alguns dos feridos recusaram-se a ser levados para o hospital por receio de serem depois detidos pelas autoridades.

Também na quarta-feira, em Valência, Estado de Carabobo (180 quilómetros a oeste de Caracas), centenas de motociclistas cortaram os acessos à autoestrada regional do Centro, em Sán Blas e San Diego, em protesto pela falta de gasolina no país.

Os motociclistas queixam-se que sem gasolina não podem trabalhar e não recebem salário para comprar alimentos.

Nos últimos meses, os venezuelanos têm-se queixado de dificuldades para conseguir gasolina, devido à escassez de combustível no país, uma situação que se agravou desde março e que afecta também a cidade de Caracas, tida como protegida pelas autoridades por ser a sede dos poderes públicos.

Em algumas regiões do país as pessoas fazem filas que chegam a durar até cinco dias para poder abastecer as suas viaturas, mesmo sem garantia de que haverá combustível para todos.

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