Quase metade das empresas sem condições para manter actividade por mais 2 meses sem apoio à liquidez
Quase metade das empresas (48%) afirma não ter condições para manter a atividade por mais de dois meses sem medidas de apoio à liquidez, segundo o inquérito do INE e Banco de Portugal realizado na semana passada, divulgado hoje.
Os resultados da segunda semana de inquirição, realizada entre 13 e 17 de abril pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP), revelam que “48% das empresas afirma não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez”.
Por sua vez, 10% das empresas reportaram não ter condições para se manter por mais de um mês, enquanto 27% responderam que têm condições entre três a seis meses e 25% mais de seis meses.
As percentagens mais expressivas de empresas com condições para se manterem até dois meses verificam-se no grupo das empresas de micro e pequena dimensão (43% e 42% respetivamente) e principalmente no setor do alojamento e restauração (44%).
Segundo os resultados do inquérito feito pelo INE e pelo BdP, 12% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas aumentaram o recurso ao crédito na semana passada face à anterior.
“A percentagem de empresas que recorreu a crédito adicional reduz-se quanto maior a dimensão da empresa”, lê-se do documento.
Das empresas que aumentaram o recurso ao crédito, 83% reportaram um crescimento do financiamento junto de instituições financeiras e 51% um aumento do crédito de fornecedores.
Do conjunto de empresas que não aumentou o recurso ao crédito, 76% reportaram que não recorreram a crédito adicional por não o ter pretendido.
Nesta nota informativa, o INE e o BdP divulgam os principais resultados do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas -- COVID-19 (COVID-IREE), dirigido a um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão, representativas dos diversos setores de atividade económica.
Este inquérito tem como objetivo identificar alguns dos principais efeitos da pandemia covid-19 na atividade das empresas e baseia-se num questionário de resposta rápida sobre o volume de negócios, o número de trabalhadores, a utilização de instrumentos de apoio públicos, as disponibilidades de liquidez, o recurso ao crédito e os preços praticados.
O inquérito manter-se-á ativo enquanto se justificar e terá desejavelmente uma frequência semanal, segundo o INE e o BdP.