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BPI diz que só pede a empresas documentos exigidos por sociedades de garantia

Foto Lusa
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Administradores do BPI disseram hoje, no parlamento, que a documentação que o banco pede às empresas é exclusivamente a exigida pelas sociedades de garantia mútua, recusando que seja a burocracia do banco a fazer tardar os empréstimos.

“Não há mais informação exigida a clientes do banco do que a exigida pelas sociedades de garantia mútua. O número de documentos exigidos aumentou significativamente, inicialmente pelas sociedades de garantia mútua eram solicitados dois documentos e passou a nove [na quinta-feira da semana passada]”, afirmou Pedro Barreto perante os deputados da comissão de Orçamento e Finanças, acrescentando que isso obrigou o banco a contactar com clientes para solicitar informação adicional.

“O BPI pede [às empresas] exclusivamente a documentação exigida pelas sociedades de garantia mútua” para acederem às linhas de crédito garantidas pelo Estado, salientou.

Pedro Barreto disse ainda que as taxas de juro cobradas ficam abaixo dos limites e que não usa o crédito garantido pelo Estado para substituição de crédito em balanço.

Sobre as empresas que têm acesso ao crédito com garantias públicas, o administrador do BPI referiu que são sobretudo micro e pequenas empresas a aceder até porque o limite de dois milhões de euros de crédito a cada empresa faz com que aquelas de maior dimensão procurem outras soluções.

Defendeu mesmo que o valor máximo que empresas podem receber (dois milhões de euros) devia ser revisto em alta.

Sobre o facto de o BPI continuar a fazer análise de risco mesmo para créditos garantidos pelo Estado (garantidos em 90%), o administrador do BPI João Pedro Oliveira e Costa, que hoje também esteve a ser ouvido pelos deputados, disse que a avaliação de risco “é sempre fundamental” até porque nessas linhas há uma percentagem de risco do banco, que apesar de ser pequena em termos relativos (10%) já em valores elevados o risco é grande.

“Nós somos financiados pelos depósitos dos clientes, é esse aspeto que temos de proteger”, afirmou.

“A gestão de risco de crédito é fundamental para se ter certeza que os bancos se mantêm a funcionar de forma robusta depois desta crise”, vincou, por sua vez, Pedro Barreto.

A bastonária dos contabilistas certificados acusou hoje, no parlamento, as sociedades de garantia mútua, que pertencem ao Estado, de serem mais inflexíveis do que os bancos na concessão de empréstimos bonificados às empresas, e pediu uma intervenção do Governo.

“Tem de haver uma intervenção direta do Governo (...), pois não estão a ser concedidos financiamentos” às empresas em dificuldade económica por causa da pandemia do novo coronavírus, disse a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.

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