Reino Unido começa a testar vacina em humanos na quinta-feira
Cientistas britânicos da Universidade de Oxford começam a testar uma vacina para a covid-19 em humanos na quinta-feira, anunciou hoje o ministro da Saúde britânico, Mat Hancock.
“Em tempos normais, atingir esse estágio levaria anos”, disse o ministro em conferência de imprensa, enfatizando que o processo de desenvolvimento de uma vacina é uma questão de “tentativa e erro”.
Apesar das incertezas, “as vantagens de ser o primeiro país do mundo a desenvolver uma vacina bem-sucedida são tão grandes que estou a investir todos os recursos possíveis”, sublinhou Hancock.
O ministro da Saúde disse que disponibilizou 20 milhões de libras (22,60 milhões de euros) para a equipa de Oxford e outros 22 milhões de libras (24,90 milhões de euros) para outro projeto de vacina desenvolvido no Imperial College of London.
“Vamos dar-lhes todos os recursos necessários para maximizar as suas hipóteses de sucesso o mais rápido possível”, afirmou Hancock.
Enquanto essas duas investigações prosseguem, o Governo britânico anunciou que também investirá para aumentar sua “capacidade de fabrico”.
“Se uma dessas duas vacinas funcionar e for segura, podemos disponibilizá-la aos britânicos o mais rápido possível humanamente”, adiantou.
O consultor científico do Governo britânico Patrick Vallance alertou esta semana que o processo de desenvolvimento de uma vacina pode ser demorado, mesmo que mostre sinais positivos de que pode proteger contra o vírus.
“Todas as novas vacinas que começam a ser desenvolvidas são projetos de longo prazo. Apenas algumas acabam tendo sucesso. Com o coronavírus, não será diferente e apresenta novos desafios”, alertou.
Na segunda-feira, a Suíça fez saber que poderá ter disponível para humanos uma vacina no mês de outubro, que está a ser desenvolvida por uma equipa de cientistas que trabalha no desenvolvimento deste produto no Hospital Universitário de Berna e na indústria de biotecnologia.
Este trabalho de pesquisa da vacina está agora no estágio de teste de eficácia e de segurança.
As autoridades suíças explicaram que a pesquisa que dirige está a ser feita em colaboração com instituições científicas do Reino Unido, Letónia e China, bem como da Universidade de Zurique.
A nível global, segundo um balanço de hoje da agência AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram até hoje 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.