Canadá em choque após abandono de idosos em lar infectado
O abandono de vários idosos num lar infectado com covid-19, no oeste de Montreal, está a indignar o Canadá, com responsáveis políticos a pedirem responsabilidades.
Pelo menos 31 utentes do lar morreram de causas ainda desconhecidas, e as autoridades já confirmaram que cinco óbitos foram causados pela covid-19, indicou o primeiro-ministro do Quebeque, François Legault.
“Desde 13 de Março já morreram 31 pessoas num lar para idosos, incluindo cinco mortos devido à covid-19. Parece ser uma grande negligência”, afirmou o responsável, em conferência de imprensa.
Legault ordenou várias investigações, das “autoridades de saúde pública e da polícia”.
Pelo menos 61 dos 99 residentes do lar Herron, em Dorval, no oeste de Montreal, tiveram testes positivos para a covid-19.
No Canadá, tal como sucede em vários países europeus, muitas vítimas da doença encontram-se em lares para idosos.
As autoridades de saúde apenas chegaram aquele lar em 29 de Março, tendo encontrado utentes sem “acesso a alimentos há dias”, com fraldas que “transbordavam de excrementos” e outros “que tropeçavam no chão”.
Os familiares das vítimas do lar interpuseram uma acção judicial pelo “tratamento desumano e degradante” e para exigir uma indemnização no valor de 3,6 milhões de dólares canadianos (2,3 milhões de euros).
A imprensa canadiana noticiou também que o director do lar, Samir Chowiera, tem registo criminal, cumpriu pena por prisão, tráfico de droga e fraude.
No Quebeque encontram-se já 125 elementos de departamentos de saúde do exército canadiano, solicitados pelo governo provincial, para prestarem assistência aos vários lares existentes na província francófona.
O novo coronavírus, detectado no final de Dezembro na China, causou 805 mortos e 15.521 infectados no Quebeque. Mais de três mil pacientes já recuperaram da doença.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infectou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.