Irão diz que tropas dos EUA devem abandonar golfo Pérsico o mais depressa possível
O Irão voltou a denunciar hoje a presença “ilegal” de tropas dos Estados Unidos no golfo Pérsico e considerou que devem abandonar “o mais depressa possível” esta região, palco de recentes incidentes entre os dois países.
“A presença de forças norte-americanas impede o patrulhamento legal e normal das Forças Armadas iranianas”, indicou em conferência de imprensa o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Abas Musavi, que assinalou ter sido esse o motivo que conduziu as tropas iranianas a “reagirem”.
O Comando central das Forças Armadas dos Estados Unidos (CENTCOM) referiu que na passada quarta-feira 11 embarcações da Guarda Revolucionária iraniana se aproximaram de navios de guerra norte-americanos no Golfo Pérsico e denunciou os seus movimentos “perigosos”.
A Guarda Revolucionária divulgou outra versão através de um comunicado no domingo, no qual assegura que “as forças navais terroristas norte-americanas” promoveram manobras “pouco profissionais e provocatórias” ao intercetarem este mês e por duas ocasiões a embarcação iraniana “Shahid Siavashi”.
Na sequência destas ações, a Marinha desde corpo militar de elite iraniano reforçou as suas unidades de patrulha no golfo Pérsico e advertiu sobre “uma resposta decisiva” a qualquer erro de cálculo.
O porta-voz da diplomacia de Teerão insistiu hoje que as Forças Armadas iranianas devem patrulhar “sem obstáculos” e argumentou que “a segurança da região é fornecida pelo Irão e os países da região”.
A tensão entre Teerão e Washington aumentou drasticamente no golfo Pérsico em 2019, na sequência de diversos ataques e sabotagens entre maio e setembro contra navios militares e comerciais ou instalações petrolíferas na Arábia Saudita.
Washington responsabilizou pela maioria destes incidentes o Irão, que sempre negou o seu envolvimento, à exceção dos casos em que reivindicou as ações contra objetivos norte-americanos, incluindo o derrube de um drone em junho.
Os dois países estiveram perto de um confronto direto após os EUA terem assassinado em 03 de janeiro em Bagdad, num ataque com drones, Qassem Soleimani, o poderoso general da Guarda Revolucionária iraniana.