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Investigador português considera “pouco provável relação entre BCG e Covid-19”

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Face às notícias que referem um possível impacto da vacina BCG no prognóstico da Covid-19, nomeadamente numa menor mortalidade, Miguel Castanho, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, considera que “não é sequer plausível uma relação directa entre a vacina e o novo coronavírus, já que a BCG foi desenvolvida contra uma bactéria e a Covid-19 é causada por um vírus, o SARS-CoV-2” e qualquer relação existente será sempre “muito indirecta”.

As reservas do investigador já se tinham manifestado também em relação ao tratamento com hidroxicloroquina, um medicamento utilizado para a malária, que muitos garantiam ser capaz de ajudar os doentes com Covid-19. “Durante a fase de entusiasmo em relação à hidroxicloroquina, manifestei reservas e, de facto, agora está a chegar-se à conclusão que não tem o efeito pensado”, recorda, reforçando que é preciso ter cuidado com as afirmações feitas sobre medicamentos ou vacinas, sem confirmação dos dados.

Com o futuro incerto, nomeadamente no que diz respeito a uma eventual vacina, o investigador considera que as probabilidade a esta associada são “extremamente baixas a curto prazo” já que poucas vacinas estão a ser testadas em humanos e o desfecho é imprevisível. Ainda que alguma delas vingue, a produção em larga escala será um problema em si, uma vez que “depois da produção, existe ainda o desafio da distribuição a uma escala global”, sustenta o investigador, eslarecendo que os testes às pessoas curadas servem para “saber se persiste a imunidade à doença, pelo menos durante um período razoável”.

Sobre est matéria, Miguel Castanho considera haver poucas dúvidas. “Já temos mais de meio de milhão de pessoas que recuperaram da Covid-19 e os casos reportados de possíveis reinfecções são muito diminutos”.

Entretanto, o vírus continua a circular e falta saber o que vai acontecer ao novo coronavírus. É provável, considera Miguel Castanho, que o seu comportamento seja sazonal, “mas não se sabe o que poderá trazer este verão. Sendo um vírus que ataca o sistema respiratório, é provável que, tal como no caso da gripe, se verifiquem mais casos no inverno mas o que acontecerá já este verão será muito marcado pela forma como sairmos desta quarentena”, revela o investigador.

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