Turquia anuncia isolamento obrigatório entre quinta-feira e domingo
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje o isolamento obrigatório para a generalidade da população entre quinta-feira e domingo, período de festividades, para mitigar a propagação da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus.
Durante um discurso, citado pela agência espanhola Efe, o chefe de Estado turco recordou que o isolamento implementado nos dois últimos fins de semana foi “muito útil” na luta contra a covid-19.
Na quinta-feira (23 de abril), a Turquia celebra o Dia da Soberania Nacional e o Dia da Criança, comemorações que vão coincidir com o centenário da primeira sessão parlamentar.
No mesmo dia começa a celebração do Ramadão, o nono mês do calendário islâmico, ainda que não haja celebrações durante o início do ritual de jejum.
Este isolamento obrigatório vai ser aplicado a 31 províncias turcas e que englobam 80% da população do país.
De acordo com o analista Emre Deliveli, o Governo turco apenas aplica os isolamentos obrigatórios no final da semana para “interromper o menos possível a vida económica”.
Caso contrário, o Governo teria de implementar um mecanismo de apoio financeiro à população, que ficaria sem trabalho, algo que “não é possível”, uma vez que a Turquia carece de reservas financeiras para esse efeito, concluiu o investigador.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.