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Irão só age “em legítima defesa”, responde Zarif a Trump

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O Irão só age em “legítima defesa”, respondeu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano ao alerta de quarta-feira do Presidente norte-americano, Donald Trump, em caso de novo ataque contra tropas norte-americanas no Iraque.

“Contrariamente aos Estados Unidos -- que mentem, enganam e assassinam --, o Irão age unicamente no quadro da legítima defesa”, escreveu Mohammad Javad Zarif na rede social Twitter.

Na quarta-feira, Trump assegurou que o seu país não queria “conflitos” com os iranianos. “Mas se eles nos forem hostis, vão arrepender-se como nunca antes”, adiantou.

“Não se deixe enganar, NOVAMENTE, pelos belicistas do costume”, afirmou hoje o ministro iraniano, adiantando que “o Irão não inicia as guerras, mas dá uma lição a quem o faz”.

O presidente dos Estados Unidos tinha escrito no Twitter na quarta-feira que, segundo informações, “o Irão e os seus protegidos preparam um ataque desonesto contra tropas norte-americanas e/ou instalações no Iraque”, advertindo que “se isso acontecer, o Irão pagará um preço muito elevado”.

Zarif respondeu ainda hoje no Twitter, destacando parte da mensagem em maiúsculas, que o “Irão tem AMIGOS: ninguém pode ter MILHÕES de ‘protegidos’”.

Em janeiro, mísseis disparados do Irão causaram uma centena de feridos na base aérea iraquiana de Ain al-Assad, onde estão destacados muitos militares norte-americanos.

Os tiros iranianos eram de represália ao assassínio pelos Estados Unidos em território iraquiano do poderoso general iraniano Qassem Suleimani e do seu “número dois” iraquiano, Mehdi al-Muhandis, no início de janeiro.

O Irão também tinha alertado na quarta-feira os Estados Unidos para o risco de conduzir o Médio Oriente a uma “situação desastrosa” em plena crise do novo coronavírus, após o envio por Washington de mísseis Patriot para o vizinho Iraque.

O Irão, que conta mais de 3.100 mortos devido à covid-19, é um dos países mais afetados pela pandemia.

Neste contexto, o presidente iraniano, Hassan Rohani, considerou na quarta-feira que os Estados Unidos tinham falhado uma “oportunidade histórica” para levantar as suas sanções contra a República Islâmica.

A economia iraniana é muito prejudicada pelas sanções restabelecidas pelos Estados Unidos após a sua retirada unilateral em 2018 do acordo nuclear internacional com o Irão.

As sanções podem ser impostas a qualquer banco ou empresa que negoceie com Teerão, incluindo os que não são norte-americanos, desde que operem em dólares ou tenham atividade nos Estados Unidos.

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