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Seis escritores, um homem e cinco mulheres, concorrem ao Prémio Booker Internacional

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Os escritores Daniel Kehlmann, Shokoofeh Azar, Gabriela Cabezón Camara, Fernanda Melchor, Yoko Ogowa e Marieke Lucas Rijneveld são os seis finalistas, hoje anunciados, do Prémio Booker Internacional, que distingue a melhor obra de ficção traduzida para língua inglesa.

O anúncio foi feito ao meio-dia pelo presidente do júri, o escritor e crítico literário Ted Hodgkinson, através da Internet, tendo-se seguido os restantes membros do júri, que, também remotamente, falaram sobre cada uma das obras.

Ted Hodgkinson começou por assinalar que estes são “tempos estanhos para fazer anúncios, entre tanta incerteza sobre o futuro e com as vidas alteradas em tantos aspetos”, para depois salientar que é “nestes momentos desconhecidos” que se reafirma o que mais importa”: “o que nos tira do isolamento e nos leva ao encontro uns dos outros”.

Quando os membros do júri começaram a jornada de leituras, em outubro do ano passado, viviam-se “tempos muito diferentes”, mas foram sendo “recompensados” pelas descobertas que fizeram pelo caminho.

Para Ted Hodgkinson, face à atual situação que o mundo vive, “a conversa transcultural, que liga escritor e tradutor, tornou-se um ato ainda mais esperançoso e necessário”.

“Nesta nova realidade somos confrontados com romances nos podem ajudar a ultrapassar os acontecimentos recentes e a restaurar o sentimento de maravilhamento e, sobretudo, são livros que podem ser lidos em qualquer momento da vida, acalmar qualquer distração, eliminar qualquer distanciamento social e repor um sentido de humanidade partilhado”, afirmou.

Para o júri, que procurava “livros excecionais para tempos excecionais”, os finalistas ao Booker Internacional são livros “soberbos” que ultrapassam as circunstancias, “emergindo-nos em vidas expansivamente imaginadas que mantêm um fascínio duradouro”, seja através de “distopias imaginosamente desafiantes” ou “fluxos incandescentes de linguagem”.

Os livros finalistas são “Tyll”, do alemão Daniel Kehlmann, traduzido por Ross Benjamin (Quercus), “The Enlightenment of The Greengage Tree”, da iraniana Shokoofeh Azar, de tradutor anónimo (Europa Editions), “The Adventures of China Iron”, da argentina Gabriela Cabezón Câmara, traduzido por Iona Macintyre e Fiona Mackintosh (Charco Press), “Hurricane Season”, da mexicana Fernanda Melchor, traduzido por Sophie Hughes (Fitzcarraldo Editions), “The Memory Polisse”, da japonesa Yoko Ogawa, traduzido por Stephen Snyder (Harvill Secker), e “The Discomfort of Evening”, da holandesa Marieke Lucas Rijneveld, traduzido por Michele Hutchison (Faber & Faber).

Além de Ted Hodgkinson, fizeram parte deste júri do Prémio Booker Internacional de 2020 a diretora da Vila Gillet e editora Lucie Campos, a tradutora Jennifer Croft, a autora Valeria Luiselli e o jornalista e escritor Jeet Thayil.

O vencedor será anunciado no dia 19 de maio.

O prémio é atribuído todos os anos a um único livro, que é traduzido para inglês e publicado no Reino Unido, sendo elegíveis tanto romances, como coleções de contos.

O trabalho dos tradutores é igualmente recompensado, com o prémio de 50 mil libras (mais de 57 mil euros), a ser dividido entre autor e tradutor da obra vencedora.

Cada autor e cada tradutor da lista final receberá ainda 1.000 libras (1.143 euros).

No ano passado, a vencedora do Prémio Booker Internacional foi a escritora omanense Jokha Alharti, com o romance “Corpos Celestiais”, publicado em Portugal no início deste ano pela Relógio d’Água.

Juntos, os dois prémios Booker recompensam a melhor ficção de todo o mundo publicada em inglês no Reino Unido e na Irlanda. Os prémios Booker são patrocinados por Crankstart.

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