Espanha “examina” plano dos EUA para a Venezuela e insiste em negociação
O Governo espanhol “examinou com interesse” o plano dos Estados Unidos da América para uma transição democrática na Venezuela, mas insiste em apoiar uma negociação entre venezuelanos para a qual pede um “esforço especial de unidade, generosidade e solidariedade”.
Segundo a agência de notícias espanhola Efe, a posição do Governo foi expressa num comunicado do Ministério das Relações Exteriores e no qual lembra que “tem vindo a insistir na retoma dos esforços de negociação” desde que fracassaram as negociações Oslo/Barbados do ano passado.
O plano apresentado pelos Estados Unidos na terça-feira, através de um artigo no The Wall Street Journal, propõe a criação de um Conselho de Estado, que sirva como “Governo de Transição” e inclua representantes do actual Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do líder da oposição e auto-proclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e a realização de “eleições livres e justas”.
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores espanhol, que não faz mais nenhuma referência à proposta dos Estados Unidos além de que a “examinou com interesse”, observa que “Espanha, como os seus parceiros na União Europeia e no Grupo de Contacto Internacional, tem apoiado uma solução negociada, liderada pelos próprios venezuelanos, que permita uma saída da crise, através da realização de eleições presidenciais e legislativas com plenas garantias democráticas”.
Para o ministério, o impacto “potencialmente devastador” que a pandemia de covid-19 pode ter na já muito deteriorada situação económica e social na Venezuela “exige de todos os actores um esforço especial de unidade, generosidade e solidariedade”.
Por isso, o ministério “chama todos os actores venezuelanos e internacionais a comprometerem-se genuinamente com uma negociação que permita enfrentar adequadamente a pandemia” e colocar a Venezuela na “senda do regresso à democracia e à prosperidade, através da realização de eleições com garantias”.
Além disso, o ministério “insta todos os actores a absterem-se de acções que possam corroer a confiança necessária para o sucesso das negociações” e reitera a sua “disposição para acompanhar activamente o processo de negociação”.