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Reduzem horário de compras e impõe mais restrições à circulação na Venezuela

Foto Shutterstock/Edgloris Marys
Foto Shutterstock/Edgloris Marys

As autoridades venezuelanas estão a aumentar o confinamento social por causa da covid-19, reduzindo o horário de abertura dos comércios básicos e impondo mais restrições, entre elas o dia de paragem obrigatória e multas aos infratores.

As restrições abrangem três Estados onde residem um importante número de imigrantes portugueses: La Guaira (norte de Caracas), Carabobo e Lara (centro do país). Também Cátia, um bairro humilde da zona oeste da capital, onde vivem mais de 400 mil pessoas.

As medidas, surgem depois de muitas pessoas infringirem a quarentena para comprar alimentos, medicamentos e abastecer-se de combustível, num país onde a gasolina está escassa e a venda é restringida.

Em La Guaira, a partir de segunda-feira, os comércios dos setores básicos abrirão apenas quatro horas por dia, anunciou hoje o governador daquele Estado, o lusodescendente Garcia Carneiro.

“Temos visto muita gente nas ruas, muita gente comprando, depois das duas, três e quatro horas da tarde. Por isso, decidimos que o comércio estará aberto de segunda a sexta-feira até às 12:00 horas, ao meio dia”, disse aos jornalistas.

Segundo Garcia Carneiro, “as pessoas perderam o medo” perante “um vírus tão perigoso e mortal” o que obrigou o Estado-Maior de Saúde a tomar esta nova medida.

Em Carabobo, o governador Rafael Lacava, anunciou que os supermercados e farmácias vão fechar as portas às 14:00 horas, três horas mais cedo que o horário inicialmente estipulado.

“Há que reforçar a quarenta (...) há muitas pessoas na rua gerando mais riscos de contágio”, disse Lacava num vídeo publicado no Instagram.

Em Lara, a governadora Carmen Meléndez anunciou que as pessoas e viaturas apenas podem circular entre as 07:00 e as 14:00 horas locais, e que multarão os infratores.

Para circular fora do horário permitido é necessário ter uma autorização especial da Zona Operacional de Defesa Integral (organismo militar).

Por outro lado, em Cátia (município Libertador, Caracas) as quartas-feiras e os domingos são “dias de parada” (paragem obrigatória). As pessoas não podem sair de casa e as lojas não podem abrir.

O bairro foi dividido, pelas autoridades, em dez setores. A cada grupo de cinco pessoas é atribuído um “passe de mobilidade”, que permite que uma pessoa do grupo faça compras uma vez à semana, segundo o setor a que pertencem e o dia correspondente.

Várias pessoas de Cátia disseram à Agência Lusa que apesar da quarentena “sempre há muita gente na rua”, principalmente durante as manhãs.

No entanto disseram também que temem que o “passe de mobilidade” tenha de ser usado, mesmo depois da quarentena.

Na Venezuela estão oficialmente confirmados 227 casos de pessoas infetadas e nove mortes associadas ao novo coronavírus.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

O estado de alerta foi decretado por 30 dias e prolongado por igual período.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 157 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 502 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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