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Coronavírus Mundo

Mais duas centenas de mortos no Brasil

O entrerro em série de mortos em campas abertas à pressa estão a generalizar-se.  Foto EPA/FERNANDO BIZERRA JR
O entrerro em série de mortos em campas abertas à pressa estão a generalizar-se. Foto EPA/FERNANDO BIZERRA JR

O Brasil registou nas últimas 24 horas mais 206 vítimas mortais da pandemia de covid-19, o que elevou para 2.347 o número total de mortos no país, e o número de infetados subiu para 36.599, mais 2917 que na sexta-feira.

Segundo o balanço mais recente da pandemia, divulgado hoje pelo Ministério da Saúde brasileiro, nos últimos sete dias morreram mais 1.224 pessoas no país por causa da covid-19, o que significa um aumento de 108,9%.

São Paulo continua a ser o estado do Brasil mais afetado, com 991 mortes e 13.894 casos, seguido do Rio de Janeiro, com 4.543 casos e 387 mortes.

Segundo o Ministério da Saúde a taxa de letalidade é de 6,4%, mantendo-se idêntica à de sexta-feira.

Na sexta-feira o país tinha atingido um recorde diário de 217 mortos e 3.257 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, totalizando 2.141 óbitos e 33.682 infetados desde que a pandemia chegou ao país, informou o executivo.

Além do número recorde de mortos e infetados num único dia, o país sul-americano registou naquele dia um aumento de 11,2% nas vítimas mortais, de 1.924 para 2.141, enquanto o número de infetados cresceu 10,7%, de 30.425 para 33.682 casos confirmados.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de letalidade da covid-19 subiu naquele dia para 6,4%.

São Paulo era o estado brasileiro com maior número de casos confirmados, concentrando 928 mortos e 12.841 casos de infeção, seguindo-se o Rio de Janeiro, que contabiliza 4.349 casos confirmados da covid-19 e 341 óbitos.

Ceará e Pernambuco são os outros dois estados brasileiros que também já ultrapassaram a barreira dos dois mil infetados pela covid-19.

Em relação às regiões do Brasil, o Sudeste, que engloba São Paulo e Rio de Janeiro, é a área mais afetada, com 19.067 casos confirmados, sendo que do lado oposto se encontra o Centro-Oeste, que totaliza 1.386 pessoas diagnosticadas.

O novo ministro da Saúde do Brasil, o oncologista Nelson Teich, assumiu na sexta-feira o cargo ministerial, substituindo o ortopedista Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido na quinta-feira pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro, devido a divergências na estratégia de enfrentar a pandemia de covid-19, mais concretamente na questão do isolamento social.

Enquanto Mandetta seguia orientações científicas e defendia firmemente a necessidade de isolamento social para impedir a propagação do vírus, Jair Bolsonaro, por outro lado, insiste que as pessoas devem voltar ao trabalho e que a economia deve ser reativada porque “o Brasil não pode parar” por causa do que classificou como uma “gripezinha”.

Na cerimónia de posse, em Brasília, Teich destacou que o eixo da sua gestão será o povo, acrescentando que trabalhará em parceria com estados e municípios para conter a covid-19.

“[Vamos] acompanhar diariamente a evolução em cada estado e município, de como está a evoluir a covid-19 e outros problemas que possam estar relacionados à saúde. Trabalharemos com os estados, com os municípios, para que a gente consiga ter uma agilidade na solução de problemas que vão surgir”, afirmou o novo governante.

“O foco serão as pessoas. Não importa o que você faça, no final o que resta é o povo”, acrescentou Teich.

Na cerimónia de tomada de posse do ministro, Jair Bolsonaro voltou a defender a reabertura do comércio e das fronteiras e reconheceu que corre o “risco” de ser responsabilizado caso a propagação do novo coronavírus piore.

“Essa luta para que se comece a abrir o comércio é um risco que eu corro, porque se piora [a situação] tudo cai sobre mim. Agora, eu acho, e é algo que muita gente já sabe, [o comércio] tem que abrir”, defendeu o chefe de Estado.

Já o Ministério da Economia informou no mesmo dia que as medidas já anunciadas para o combate à crise provocada pelo coronavírus devem gerar um custo de 307 mil milhões de reais (54 mil milhões de euros), sendo que desse total, 285,4 mil milhões de reais (50 mil milhões de euros) sairão dos cofres públicos durante 2020.

Segundo a equipa do Tesouro Nacional brasileiro, até ao momento foram gastos 50 mil milhões de reais (8,7 mil milhões de euros) nas ações de combate à pandemia.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 157 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 502 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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