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Extrema-direita alemã defende saída do país da UE para não ter de ajudar países pobres

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O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) pediu hoje um referendo nacional sobre a permanência do país na União Europeia, invocando os encargos financeiros acordados para ajudar países afetados pela pandemia de covid-19.

“É cada vez mais urgente perguntar aos cidadãos o que querem”, disse Johannes Huber, porta-voz do AfD, para justificar o pedido de uma auscultação nacional sobre o futuro da presença da Alemanha na União Europeia, alegando que “resgatar outros estados e os seus credores à custa da Alemanha é simplesmente impossível”.

O AfD, que tinha deixado de lado a sua vertente mais eurocética, pela falta de interesse do eleitorado nessa estratégia, retoma agora esta bandeira, quando as sondagens indicam uma tendência de queda de popularidade do partido.

Os dirigentes do AfD alegam que a Alemanha está já no “limite das suas capacidades” económicas, com o apoio concedido às empresas nacionais, não tendo, por isso, obrigação de estar ainda a ajudar as economias de outros países afetados pela pandemia.

“A União Europeia cedeu à crise atual e mostrou que é supérflua”, acrescentou Huber, que atacou ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Assim, o AfD exige a realização de uma consulta popular a nível nacional, semelhante à realizada no Reino Unido no processo do ‘Brexit’, para a qual será necessária uma reforma legal, já que na Alemanha apenas são possíveis referendos regionais.

O AfD surgiu em 2014, em pleno ambiente da crise das dívidas soberanas, convertendo-se inicialmente numa força política eurocética, para depois se transformar num partido anti-imigração com a chegada maciça de refugiados à Alemanha, em 2015.

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