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Conselho de Segurança da ONU endossou apelo de cessar-fogo no Iémen

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas endossou hoje o apelo do secretário-geral para que as partes em conflito no Iémen se concentrem num acordo de paz e em combater o surto do novo coronavírus.

O órgão mais importante da ONU saudou o cessar-fogo unilateral de duas semanas, anunciado pela coligação liderada pela Arábia Saudita, que entrou em vigor no Iémen em 09 de abril, em resposta a um pedido para o processo de paz feito pelo secretário-geral da organização, António Guterres.

Apesar do anúncio de cessar-fogo, a violência no Iémen teria continuado, segundo relatos do Governo reconhecido internacionalmente e apoiado pela coligação liderada Arábia Saudita, bem como pelos rebeldes xiitas Huthis, apoiados pelo Irão.

O comando militar dos Huthis acusou hoje a coligação de violar o cessar-fogo por 82 vezes nas últimas 24 horas, com ataques aéreos na província central de Marib e ataques de artilharia na cidade portuária de Hodeida, principal porta de entrada no país para ajuda humanitária.

A agência de notícias oficial do Iémen disse que bombardeios rebeldes atingiram áreas residenciais na província central de Bayda, matando uma mulher e dois filhos e ferindo vários civis.

Líderes tribais iemenitas disseram que as forças do Governo retomaram o campo militar de Khanjar, na estratégica província de Jawf, no norte do Iémen, que tinham perdido para os Huthis no início deste mês.

A declaração do Conselho de Segurança da ONU acontece no dia seguinte a um ‘briefing’ do enviado especial da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, que disse que a ameaça da pandemia de covid-19 galvanizou os esforços de paz.

Griffith disse que as negociações com as partes em conflito “conseguiram um progresso significativo” e que espera que adotem propostas para um cessar-fogo e negociações de paz em todo o país “no futuro imediato”.

Mohamed Abdel Salam, porta-voz dos Huthis apoiados pelo Irão, disse hoje que a atual proposta da ONU nega uma importante exigência dos rebeldes, que pedem a suspensão do bloqueio aéreo e marítimo da Arábia Saudita.

O Conselho de Segurança da ONU manifestou “preocupação com as hostilidades em curso”, exortando os Huthis a comprometerem-se com um cessar-fogo “sem demora” e instou ambas as partes a “trabalharem construtivamente” nas propostas de Griffiths e a chegarem a um acordo “o mais rápido possível”.

O surto do novo coronavírus no Iémen, que registou o seu primeiro caso no início deste mês, ameaça provocar sofrimento profundo e generalizado no país mais pobre do mundo árabe, convulsionado pela guerra civil desde 2014, quando os Huthis assumiram o controle do norte do país, incluindo a capital Sanaa.

Os membros do Conselho de Segurança sublinharam “a importância vital” do acesso à ajuda humanitária e económica para os iemenitas em necessidade, “especialmente importante à luz da pandemia de covid-19”.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

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