Carreiras considera “enorme erro” comemorações do 25 de Abril, 1.º de Maio e 10 de Junho
O presidente da Câmara de Cascais afirmou hoje que não irá permitir que se realizem no município as habituais comemorações do 25 de Abril, 1.º de Maio ou 10 de Junho, considerando “um enorme erro” as celebrações nacionais.
Numa publicação na sua conta da rede social Facebook, Carlos Carreiras refere que estas celebrações municipais “já tinham sido canceladas”.
“Ou melhor, quem quiser comemorar comemora em casa. O presidente da Câmara Municipal de Cascais não é irresponsável para com os seus munícipes”, refere o autarca do PSD, prometendo que, em 2021, estas datas serão celebradas ainda com “mais vigor e energia”.
Carlos Carreiras critica depois a decisão de assinalar estas datas a nível nacional: “É um enorme erro que rasga o consenso e a confiança que tem presidido ao combate à esta pandemia e como tal é motivo da minha mais veemente crítica e oposição”.
“Mais. Considero uma ofensa a todos os que estamos a passar este momento negro, manterem as comemorações do 25 de Abril e 1º Maio, já que o 10 de Junho já o Sr. Presidente da República já tinha cancelado. Indecoroso e um péssimo exemplo que vem de cima e a liderança afirma-se pelo exemplo. Este é um péssimo exemplo”, aponta.
A decisão de a Assembleia da República manter a sessão solene do 25 de Abril no parlamento, embora com menos deputados e convidados, teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes.
O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.
Quanto ao 1.º de Maio, o Governo afirmou hoje que vai poder ser celebrado, mas com “o distanciamento adequado”, faltando as autoridades de saúde dar as indicações necessárias para definir o formato, em conjunto com as forças de segurança e as centrais sindicais.
Em relação ao 10 de Junho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou que será assinalado com uma “cerimónia simbólica em frente ao Mosteiro dos Jerónimos”, tendo as comemorações previstas na Madeira sido adiadas para o ano que vem, pois implicavam a deslocação antecipada de centenas de militares e civis, “num período de limitação na circulação e convivência de pessoas”.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 150 mil mortos e infectou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infectadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.