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Ramtane Lamamra retira oficialmente candidatura a emissário da ONU

Foto AFP
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O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ramtane Lamamra, anunciou hoje oficialmente que renuncia à candidatura de emissário da ONU na Líbia, após os Estados Unidos terem recusado apoiar a sua designação.

Lamamra disse que pretende telefonar “nas próximas horas” ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para o informar sobre a retirada da sua candidatura.

O chefe da ONU já iniciou os contactos para encontrar outra personalidade.

O argelino era apontado como o sucessor do académico libanês Ghassan Salame, o enviado especial da ONU na Líbia que se demitiu no início de março.

“O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tomou a iniciativa, em 07 de março, de me propor pessoalmente o cargo de representante especial e Chefe de missão de apoio das Nações Unidas na Líbia”, explicou Lamamra através de uma declaração aos ‘media’ argelinos.

“Forneci o meu acordo de princípio num espírito de compromisso em favor do povo líbio irmão e ainda das organizações universais e regionais empenhadas na resolução da crise líbia”, explicou.

No entanto, acrescentou o diplomata argelino, “as consultas exploratórias promovidas por Guterres desde então não parecem suscetíveis de garantir a unanimidade do Conselho de Segurança e de outros atores, que é indispensável para o cumprimento da missão de paz e de reconciliação nacional na Líbia”.

No país do norte de África, em situação de caos após a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, decorre atualmente uma luta pelo poder entre o marechal dissidente Khalifa Haftar, que controla o leste líbio, e o Governo de Acordo Nacional (GAN), localizado na capital e reconhecido pela ONU.

Haftar tenta desde há um ano conquistar Tripoli através de uma ofensiva militar e que já provocou centenas de mortos, incluindo dezenas de civis, e mais de 200.000 deslocados.

Os Estados Unidos opuseram-se à nomeação do ex-ministro argelino (2013-2017), com 67 anos, quando a sua confirmação parecia garantida.

Entre os motivos desta decisão incluem-se as pressões sobre Washington do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, apoiantes do marechal Haftar, que consideram Ramtane Lamamra demasiado próximo do governo de Tripoli.

Em funções desde junho de 2017, Ghassan Salame demitiu-se em 02 de março por “motivos de saúde”, num momento em que o processo político do país, em guerra civil, se manteve num impasse apesar de diversas iniciativas internacionais.

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