Brasil com recessão de 5,3% este ano, mas cresce 2,9% em 2021
O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que a pandemia da covid-19 faça o Brasil ter uma recessão económica de 5,3% este ano, recuperando em 2021 para um crescimento de 2,9% do PIB.
De acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais, o Brasil deverá registar assim um crescimento negativo de 5,3%, depois de no ano passado ter crescido 1,1%.
O relatório não detalha a análise sobre o Brasil, apresentando apenas o valor para a previsão sobre a evolução da economia.
No documento divulgado ontem, o FMI prevê que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia da covid-19.
O FMI, que pela expressão da sua economista-chefe, Gita Gopinath, apelidou o atual momento de recolhimento devido à pandemia de covid-19 de “Grande Confinamento”, assinala que a quebra de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial é algo “muito pior” do que aconteceu na “Grande Recessão” de 2008 e 2009.
“É muito provável que este ano a economia mundial vá viver a sua pior recessão desde a Grande Depressão [de 1929], ultrapassando aquela vista durante a crise financeira global de há uma década”, pode também ler-se na nota de entrada do relatório escrita por Gita Gopinath.
A recessão de 3% prevista pela instituição sediada em Washington tem como base um cenário que “assume que a pandemia desvanece na segunda metade de 2020 e que os esforços de contenção podem ser gradualmente relaxados”, de acordo com o relatório do FMI.
Nesse cenário, “é projetado que a economia cresça 5,8% em 2021, à medida que a atividade económica normaliza, ajudada pelo apoio de políticas”.
“É assumido que as disrupções estejam sobretudo concentradas no segundo trimestre de 2020 para quase todos os países exceto a China (onde estiveram no primeiro trimestre), com uma recuperação gradual depois, à medida que a economia tem algum tempo para aumentar a produção depois do choque”, segundo o FMI.
No entanto, “há uma incerteza extrema à volta das projeções para o crescimento mundial”, já que “a quebra económica depende de fatores que interagem de maneiras que são difíceis de prever”.
A instituição liderada por Kristalina Georgieva destaca como esses fatores a ter em conta “os caminhos da pandemia, a intensidade e eficácia dos esforços de contenção, a extensão das disrupções na oferta, as repercussões do aperto dramático das condições nos mercados financeiros mundiais, mudanças nos padrões de despesa, mudanças de comportamentos (como pessoas evitarem centros comerciais ou transportes públicos), efeitos na confiança, e os preços voláteis das matérias-primas”.