Namorada pede liberdade condicional de Julian Assange
A namorada de Julian Assange pediu hoje a liberdade condicional do fundador do WikiLeaks, por temer pela sua vida na prisão de Belmarsh, em Londres, Inglaterra, onde se encontra preso.
A sul-africana Stella Moris, de 37 anos, que teve dois filhos enquanto Assange esteve refugiado na embaixada do Equador em Londres, quebrou hoje o anonimato e o dos seus filhos, num vídeo do YouTube, para explicar a sua situação e solicitar à Justiça britânica que solte o seu namorado, um ano depois de ele ter sido detido pela polícia do Reino Unido.
Moris alega que Assange, de 48 anos, está “à beira” de lhe acontecer alguma coisa na prisão de alta segurança.
Segundo a namorada, aos problemas de saúde física e mental contraídos pelo fundador do WikiLeaks durante quase dez anos de confinamento, sem ter sido condenado por nenhum crime, acresce o risco de ser contagiado com o novo coronavírus.
Além do apelo feito ao tribunal, Morris, que aparece no vídeo com as duas crianças, lamenta as dificuldades pelas quais estão a passar.
A mulher também conta como, em 2011, conheceu Assange, quando o ajudou, com a sua equipa de advogados, incluindo o jurista espanhol Baltasar Garzón, a preparar o seu caso e como, em 2015, enquanto ele estava refugiado na embaixada, começaram o relacionamento sentimental.
Moris lamenta ainda os contínuos ataques a que diz que o seu parceiro é submetido, pelos políticos e pela imprensa, sempre mostrando “um lado negativo” e procurando destruir a sua imagem.
No dia 25 de março, um tribunal britânico negou dar liberdade condicional a Julian Assange, processado pelos Estados Unidos pelas revelações que fez no portal WikiLeaks, apesar do receio de que seja infetado pela covid-19 em Londres, onde está em prisão preventiva.
A juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Magistrados de Westminster, rejeitou o pedido dos advogados do australiano para que recebesse liberdade condicional com argumento de que o seu cliente está com problemas de saúde após quase 10 anos em cativeiro sem ser condenado.
De acordo com os advogados, Julian Assange pode facilmente ser infetado pelo novo coronavírus no centro de alta segurança de Belmarsh, colocando em risco a sua vida e a daqueles que o rodeiam.
O pedido dos advogados de Assange, que irá enfrentar a segunda fase do seu julgamento de extradição em maio, surgiu depois de o Governo britânico ter admitido libertar temporariamente alguns presos para reduzir a incidência de covid-19 nas prisões do país.
O ativista foi preso em abril de 2019, depois de ter estado sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou após ter violado as condições de fiança, enfrentando agora a possibilidade de extradição para os Estados Unidos.