Refeições em lares não podem ser frente a frente nem ter objectos partilhados
Os espaços de refeição em equipamentos dedicados a idosos devem ser reorganizados para garantir que os utentes não se sentam frente a frente e que não se podem utilizar objectos de uso comum como cestos de pão ou de fruta e jarros de água.
Numa nota com recomendações para o serviço de alimentação nos lares, unidades de cuidados continuados ou outras estruturas de resposta a idosos, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) aconselha a renovar o ar das salas com frequência e utilizar o espaço por turnos, para garantir distâncias de segurança de um a dois metros entre os utentes, que nunca se devem sentar frente a frente.
A informação recomenda ainda a desinfectar o refeitório/sala de refeições, incluindo mesas e cadeiras, sempre antes e depois de cada refeição, incluindo entre turnos, e a não permitir a colaboração dos idosos mais independentes na organização da sala.
Os colaboradores responsáveis pelo serviço de distribuição de refeições, além de lavar adequadamente as mãos, devem utilizar máscaras cirúrgicas, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos e assegurar o fardamento (roupa e calçado) adequado, para uso exclusivo no trabalho, bem como as habituais protecções para o cabelo.
A DGS diz ainda que o espaço de refeições não deve ter travessas na mesa, devendo os funcionários de serviço garantir o empratamento, que os guardanapos e utilizar devem ser de papel e de utilização única, assim como as toalhas de mesa, se usadas.
A autoridade de saúde recomenda ainda que as unidades ofereçam uma solução alcoólica aos utentes para higienizarem as mãos antes e depois das refeições e recorda que os casos suspeitos e os confirmados “nunca deverão deslocar-se aos espaços comuns, devendo fazer as refeições nos quartos onde estão isolados”.
O fardamento de quem prepara as refeições deve ser de uso exclusivo para o trabalho e a farda deve ser lavada na própria instituição, sendo que o programa de lavagem da roupa deve integrar pré-lavagem, lavagem a quente a temperatura de 70 a 90ºC, seguido de um ciclo de desinfecção química também em máquina.
“A farda não deve ser levada para o domicílio dos funcionários, para lavagem em casa”, insiste a DGS.
Os panos para limpar superfícies também devem ser exclusivo para cada tarefa, sendo necessária a sua lavagem e desinfecção após cada limpeza, indica a DGS, sugerindo que sejam diferenciados por um código de cores, para cada uma das áreas (ex: vermelho para as áreas de preparação, amarelo para as áreas de confecção e verde para as áreas de distribuição).
Se as refeições forem entregues no domicílio, deve ser assegurada a higienização do veículo de transporte antes e depois de cada distribuição, a limpeza, várias vezes ao dia, de todas as superfícies e objectos de utilização comum no carro de transporte, como a caixa de velocidades ou os puxadores de porta do carro.
Além de assegurar um bom acondicionamento das refeições/produtos alimentares, em equipamentos/utensílios adequados a cada faixa de temperatura, os funcionários que fazem a distribuição de refeições devem desinfectar com frequência as mãos entre cada entrega e usar máscaras cirúrgica.
Já a louça deve ser lavada a temperaturas elevada, idealmente a 80-90ºC, devem ser limpos e desinfectados regularmente as torneiras, os puxadores, os interruptores, os manípulos de portas e outros equipamentos do género.
A DGS recomenda igualmente que os utensílios de higienização (balde e esfregona) sejam “de uso exclusivo na áreas de alimentação” e higienizados no final de cada utilização.
“Os produtos a utilizar para a higienização devem ser produtos que não contaminem os alimentos” aconselha a autoridade de saúde, lembrando que não se deve borrifar com desinfectante em spray as áreas de preparação, confecção e empratamento/distribuição dos alimentos.
Devem igualmente ser separados os alimentos crus dos alimentos cozinhados e os equipamentos e utensílios, como facas ou tábuas de corte para alimentos crus e alimentos cozinhados têm também de ser diferentes.
Os alimentos devem ser bem cozinhados, a temperatura acima dos 75 graus, e sempre guardados em embalagens ou recipientes fechados, para que não haja contacto entre alimentos crus e cozinhados.
Portugal, em estado de emergência até 17 de Abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 2 de Março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), activada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
Os mais recentes dados oficiais dão conta de 504 mortos e 16.585 casos de infecção confirmados em Portugal.
Em todo o mundo, o novo coronavírus já provocou mais de 112 mil mortos e infectou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infecção, quase 375 mil são considerados curados.