Quarentena na rua?
Portugal, país de brandos costumes, revela muita dificuldade em gerir os seus Direitos Liberdades e garantias no pós 25 de abril, por vezes dá-nos a sensação que estamos a descer para os níveis dos países em vias de desenvolvimento, ou salvo o respeito, para o quarto mundo.
Senão, vejamos bem; não vale a pena falarmos aqui do COVID-19 e suas consequências, porque imagino que todos os cidadãos estão devidamente informados, até porque a comunicação social a todo o minuto e dia informam e bem os malefícios que tem feito e contínua por esse mundo fora, para não falarmos nas redes sociais, onde existem milhares de informações nos vários quadrantes.
Agora, o que não compreendo é a teimosia do povo em insistir e ludibriar as autoridades, saindo das áreas das suas residências, mesmo na semana Sagrada da Páscoa, com a Polícia a fazer o seu melhor. Na ponte 25 de abril é aquela pouca vergonha, quilómetros e quilómetros de automóveis, com a maioria desses malabaristas a contarem as histórias mais bizarras para poderem furar o controlo, saindo até de zonas com infetados.
Das justificações para o trabalho com a declaração fraudulenta surgem: fazer uns mergulhitos no algarve, passear com a família porque o COVID não entra de vidros fechados, correrias de um lado para o outro, os petiscos nas casas dos amigos e depois a mulher traz o carro, ou o filho, e andamos nisto! A surgirem casos e mais casos todos os dias e esses malabaristas a fazerem piruetas para enganar a Polícia.
Aqui na Região o filme é igual; ontem dia 09 março ficamos todos surpreendidos com a pouca vergonha do que vimos. Numa altura em que fui comprar pão na minha área de residência, vi a partir da rotunda da cancela para a via rápida, um engarrafamento com quilómetros, mas afinal, estava a Polícia a fiscalizar aqueles cidadãos com o mesmo charme de sempre. (paciência)!
As pessoas não vêm o que se está passar no Mundo? Milhares de mortos por dia? Falta de capacidade de resposta do País a este inferno? Não vêm os comunicados dos Políticos, inclusive na Região, os diversos apelos do Nosso Governo Regional e as Entidades de Saúde?
Então? É preciso uma declaração para justificar a saída da área da residência, para depois alguns irem comer as suas espetadas, entrecostos em convívios sociais, conforme tive oportunidade de ouvir a contar as histórias mais hilariantes das paródias? Pois claro, a Polícia ao ver a declaração não tem outra alternativa a não ser deixar passar!
Alguns fecham as portas, deixam os carros à distância e toca a reunir um grupo de amigos em sítios confinados, vinho e cerveja para baixo. Nada tenho a ver com a vida de cada um, mas supomos que nesse grupo haja um infetado, que ao se cruzar comigo me cumprimenta, mesmo sem o cumprimento social?
Portugal, nestas coisas fica sempre na cauda. Nunca toma as decisões assertivas, mas há medida que a desgraça vai avançando, as medidas vêm a conta-gotas. Ex: só agora é que a DGS através da sua representante entendeu que as máscaras têm de ser usadas irremediavelmente, situação que o cidadão mais desentendido já sabia. Em termos de indústrias do material de proteção individual, Portugal teve de agachar-se perante a China e bem, País onde começou o surto, porque nem uma máscara se sabia fazer, muito menos equipamentos como óculos, luvas e batas. “RIDICULO”
Esta tragédia faz-me lembrar os estádios de futebol onde a Policia Transporta arruaceiros dentro de uma caixa, mas voltam sempre ao local do crime, em vez de lavarem umas valentes bastonadas para os meter linha, até perderem o gosto de fazer m...
Outro exemplo da nossa sociedade, aproveitando aqui o momento. Com a nossa taxa de reincidência de reclusos acima da média, existem milhares que entram e saem e cada vez mais lhe tomam o gostinho, sem nada produzirem para o País, pagos com os nossos impostos, mas se é apanhado a roubar várias vezes como acontece, não se pode dar-lhe umas lambadas para tomar juízo. Mais havia para dizer, mas tenho de deixar espaço para outros leitores.
No controlo ao COVID: «Não devia haver aqui declaração nenhuma, a não ser que a própria entidade patronal avisasse no momento, nem que tivessem de esperar o dia todo, ou então: vá para casa, se não vai fica detido e ser presente ao Juiz». Acabou, é a única forma de não andarem à procura da doença, porque ela não se vê.
Voltando ao caso COVID para terminar. Não sou comunista, mas concordo às vezes com o radicalismo Chinês: ou cumpres ou vais preso, mas cuidado que as cadeias da China não são iguais aos da Europa? Fique bem claro!
Deixo um apelo aos incumpridores do COVID 19 e Entidades: «se não têm coragem de dar mais força à nossa Polícia para meter essa gente na ordem, façam um protocolo com Republica Popular da China e enviem-nos para lá»!
Valeriano Rosário