Migrantes do Alan Kurdi em quarentena num navio da Guarda Costeira italiana
O Ministério dos Transportes italiano ordenou que os 156 migrantes resgatados pelo navio Alan Kurdi, da ONG alemã Sea Eye, sejam transferidos para um navio da Guarda Costeira para ficarem em quarentena, dado o encerramento dos portos devido à covid-19.
Entretanto o Alarm Phone, uma linha telefónica criada por ativistas e que recebe ligações de imigrantes em perigo no Mediterrâneo Central, alertou para a existência de quatro barcos à deriva na área, com cerca de 250 migrantes, divulgou hoje a Agência EFE.
Nas últimas horas os ativistas mantiveram comunicações com dois barcos com 47 e 55 pessoas, respetivamente, enquanto perderam contacto com outros dois que relataram haver outros 47 e 55 migrantes a bordo, respetivamente.
Em comunicado o Ministério dos Transportes italiano explica que a intervenção foi organizada em colaboração com a Proteção Civil “que se tornou necessária após a recusa de Alan Kurdi em seguir para a Alemanha”.
A ONG havia informado que as condições a bordo não eram as ideais, alertando para a falta de alimentos e medicamentos para os 156 resgatados, e pediram ajuda às autoridades italianas.
“A disposição prevê a identificação, com o apoio técnico da Guarda Costeira, de um navio para o qual, nas próximas horas, os migrantes possam ser transferidos para fazerem quarentena, ser controlados pela Cruz Vermelha Italiana e pelas autoridades sanitárias locais”, referiu o Ministério.
A operação está a ser feita “em total conformidade com as regras em vigor para os italianos em Itália e para os italianos repatriados, além de seguir a Declaração sobre os portos italianos, em conformidade com a Convenção de Hamburgo”, referiu a autoridade reguladora dos transportes.
Malta e Itália informaram que seus portos estão fechados ao desembarque de migrantes para respeitar as medidas de emergência devido à pandemia de coronavrius.
A pandemia do novo coronavírus já provocou a morte de mais de 75.000 pessoas na Europa, 80% das quais em Itália, Espanha, França e Reino Unido, segundo um balanço da agência noticiosa France-Presse.
O balanço, feito às 10:45 de hoje, apontava para um total de 75.011 mortos (em 909.673 casos) na Europa, continente mais atingido pela pandemia da covid-19, que matou já pelo menos 109.133 pessoas em todo o mundo.
Os países europeus mais atingidos são a Itália, com 19.468 mortos, a Espanha, com 16.972 mortos, França, com 13.832 mortos, e o Reino Unido, com 9.875.