Trump diz que México compensará EUA por reduzir produção de petróleo
O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, disse hoje que o México aceitou compensar o país pela sua ajuda para reduzir a produção de petróleo, de forma a conter a queda nos preços devido à covid-19.
“México está a comprometer-se com 100.000 barris menos... Os EUA ajudarão o México e eles vão reembolsar-nos no futuro”, comentou o Presidente norte-americano, na conferência de imprensa diária do grupo de trabalho sobre a covid-19 na Casa Branca.
“Concordamos em diminuir a produção. E eles [México] concordam em fazer algo para nos compensar no futuro”, disse Donald Trump, referindo-se à redução da produção de petróleo dos Estados Unidos da América (EUA), em 250.000 barris por dia.
O Presidente dos EUA disse ter falado sobre este assunto com o seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que, recordou, “ajuda” os EUA na fronteira, e acrescentou ter mantido conversações sobre este tema com a Rússia e a Arábia Saudita.
Antes das declarações de Donald Trump, o Presidente do México falou num entendimento com os EUA que lhe permitirá aceitar o acordo de redução da produção mundial de petróleo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Rússia e outros países.
Andrés López Obrador disse que o Presidente norte-americano propôs que os EUA compensem o que o México não pode adicionar ao corte proposto durante as negociações da OPEP.
Em causa está o acordo estabelecido entre os países produtores de petróleo, que concordaram, com exceção do México, em reduzir a produção mundial em 10 milhões de barris por dia, cerca de 23% da produção total diária.
No entanto, a entrada em vigor ficou pendente de ser vinculado pelo México.
Neste âmbito, o Presidente mexicano conversou, na quinta-feira, com o congénere dos EUA, Donald Trump, e concordaram que o México reduz a sua produção de petróleo em 100.000 barris por dia e que os EUA vão adicionar um corte de 250.000 barris por dia ao que já tinham aceitado reduzir.
Esta solução visa dar resposta ao facto de o México se recusar a reduzir 400.000 barris por dia na produção de petróleo.
O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção mundial em 10 milhões de barris por dia, cerca de 23% da produção total diária, prevê ainda de julho a dezembro a redução para os oito milhões de barris por dia.
A informação foi divulgada esta madrugada após uma longa reunião de videoconferência, entre os membros da OPEP e os restantes países produtores de petróleo, com o objetivo de encontrar uma solução para a rápida queda nos preços do petróleo devido ao colapso da procura e à guerra de preços entre a Arábia Saudita e Rússia.
A pandemia da covid-19 desequilibrou um mercado em que a oferta global já estava excedente e agora encontra-se em proporções raramente vistas, com restrições de viagens tomadas em todos os países para impedir a propagação da doença.
Segundo a agência de informações financeiras Bloomberg, a Cidade do México considera excessivo o esforço exigido em comparação com outros países.
Está agendada uma nova reunião para 10 de junho, também por videoconferência, “para decidir medidas adicionais, tanto quanto for necessário para equilibrar o mercado”.
O acordo também prevê um nível de redução da produção entre janeiro de 2021 e abril de 2022.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, mais de 330 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.