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Bulgária quer acelerar adesão ao euro para beneficiar de empréstimos

Foto Shutterstock
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A Bulgária anunciou hoje a intenção de acelerar o processo de adesão à Zona Euro, a fim de poder obter empréstimos, concedidos apenas aos países membros, para superar a crise económica causada pela pandemia da covid-19.

“Os países que estão na Zona Euro terão milhares de milhões de euros à sua disposição”, disse o primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borisov, numa conferência de imprensa em Sófia.

Neste âmbito, a Bulgária quer apresentar a sua candidatura para integrar a Zona Euro até ao final de abril, antecipando a data que tinha previsto, que no mês de julho.

A Zona Euro integra os Estados-membros da União Europeia que adotaram oficialmente o euro como moeda comum, num total de 19 países.

A adesão ao novo Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio (MTC II), para a integração na Zona Euro, é “o único caminho a percorrer para que o país possa sair da crise”, afirmou o primeiro-ministro da Bulgária.

Em complemento às declarações de Boyko Borisov, o ministro das Finanças da Bulgária, Vladislav Goranov, explicou que o país “continua a seguir o plano adotado” para adesão à Zona Euro, com garantias dos países parceiros.

“Recebemos garantias dos nossos parceiros”, reforçou Vladislav Goranov.

O MTC II é um sistema de paridade fixa em que um Estado deve permanecer pelo menos dois anos antes de adotar a moeda única.

Na perspetiva do primeiro-ministro búlgaro, a integração neste mecanismo abre caminho aos empréstimos europeus.

Os países da Zona Euro em breve serão elegíveis para 240 mil milhões de euros em empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), com o objetivo de ajudá-los a lidar com a recessão económica consequência da pandemia do novos coronavírus.

Criado em 2012 durante a crise da dívida na Zona Euro, este mecanismo é usado para ajudar os Estados-membros que se encontram com dificuldades de obter financiamento nos mercados.

Considerado o país mais pobre da União Europeia, a Bulgária respeita um mecanismo de austeridade, desde 1997, no qual a sua moeda, o lev, está anexada ao euro a uma taxa fixa, mantendo estáveis os seus índices macroeconómicos.

Em 2019, o Banco Central Europeu (BCE) recomendou um aumento de capital em dois bancos búlgaros, a fim de garantir a sua viabilidade em caso de crise financeira. O primeiro desses estabelecimentos cumpriu os seus objetivos. O segundo deve fazê-lo “nas próximas semanas”, adiantou o ministro das Finanças da Bulgária.

“O BCE provavelmente emitirá um parecer positivo para uma cooperação estreita da Bulgária com a união bancária europeia, que é uma condição de adesão ao mecanismo MTC II”, avançou o primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borisov, considerando que as instituições europeias “apreciam a disciplina financeira” da Bulgária.

A Bulgária, que aderiu à União Europeia em janeiro de 2007, pretende aderir à união bancária europeia ao mesmo tempo que integra o mecanismo MTC II.

Criada em 2012, a união bancária europeia supervisiona os principais estabelecimentos bancários da Zona Euro e deve solucionar as falhas de bancos em dificuldade.

Até ao momento, a Bulgária regista 648 casos da covid-19, com 26 mortos e 62 recuperados.

Para conter a propagação do novo coronavírus, a Bulgária vai impor, a partir da meia-noite de hoje, o uso obrigatório de máscara em todos os espaços públicos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 103 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, mais de 341 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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