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Carta aberta ao ministro das finanças holandês, Wopke Hoekstra

Excelência, No contexto em que vivemos, em que todos somos potenciais alvos do COVID19, a minha primeira aspiração é que se encontre de boa saúde, assim como todos aqueles que lhe são chegados. De seguida, e em face das infelizes declarações que terá proferido, em sede de União Europeia, onde terá recomendado uma investigação às contas dos nuestros hermanos espanhóis, de modo a apurar o porquê de não terem folga orçamental para eventos extraordinários, como este vírus que todos enfrentamos, em que no caso deles, o alastramento é deveras alarmante, quero-lhe dizer que em Portugal ficámos atordoados. Na Madeira, arquipélago integrante de Portugal, como certamente V. Exa saberá, e justamente conhecida pela Pérola do Atlântico (PA) também. Sei que entretanto já terá mostrado arrependimento, não quanto ao conteúdo, mas quanto à forma. Ora, usando uma expressão portuguesa, permita que lhe diga, senhor ministro, que foi “pior a emenda que o soneto”. Deixe-me relembrá-lo que uma das condições básicas de qualquer união, é a solidariedade, não só para que a unidade se mantenha, como também para o reforço e consolidação dos laços, que de outra maneira ficam fragilizados. Isto é, tornam-se mais fracos, podendo o potenciar o seu rompimento. Ficou evidente que V. Exa comunga da opinião do seu conterrâneo que foi presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que em tempos não muito afastados, afirmou que os países do Sul queriam era copos e gajas. A propósito, gostava de lhe perguntar se já provou uma poncha? Não me parece que já tenha saboreado uma das melhores bebidas do mundo. E uma Coral? Não, não é uma gaja, é loira, mas também pode ser preta. É a cerveja da PA e que é só, e desculpará a minha mania das grandezas, é só uma das melhores cervejas do mundo. Não conhece a PA? Então não conhece o que é qualidade de vida aliada a uma terra fantástica. Logo que este flagelo do COVID19 esteja controlado, venha visitar-nos, que posso garantir-lhe, será recebido com uma das melhores hotelarias do mundo, instalações e serviços. Já agora, o clima é de ficar apaixonado à primeira vista e a natureza é cuidada e vibrante. Não sei se sabe, mas possuímos a maior mancha mundial de floresta Laurissilva, que integra as ilhas da Macaronésia. É um verdadeiro bálsamo passear nas levadas que atravessam esta relíquia do Terciário. Já agora deixe-me falar-lhe no nosso mar, onde a temperatura média a sul é sempre temperada, de tal modo que mesmo no inverno podem dar-se uns mergulhos. Temos também uma gastronomia e doçaria que não sendo muito variada, é excelente. E não podemos esquecer as diversas e inigualáveis frutas tropicais, que aqui se consomem sem que tenham conhecido a refrigeração. Sei que o seu país não foi presenteado com todas estas maravilhas, havendo até quem diga que vão compensado com o consumo de uns saquinhos com ervas, que irão tornando, ilusoriamente, o dia a dia melhor. Definitivamente, terá que visitar-nos. Será conveniente e no estrito cumprimento das regras europeias, que se faça acompanhar do chamado formulário 111, já que se tiver de recorrer ao nosso Serviço Regional de Saúde (SRS), a parte burocrática fica logo resolvida. Mas também se se esquecer, e case necessite, posso garantir-lhe que será tratado por um conjunto de profissionais de saúde de alta competência e dedicação, ficando as questões administrativas para depois. É que aqui priorizamos que é efetiva e indiscutivelmente prioritário. Somos mesmo assim, bem-dispostos, com alegria em viver e sempre prontos a oferecer a melhor hospitalidade a quem nos visita. Despeço-me apresentando a V. Exa os mais respeitosos cumprimentos.

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