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Os “mascarilhas indecisos”

Chegam notícias a cada segundo até fazerem horas. Contraditórias, imprecisas, confusas, que baralham os que lhes prestam atenção e depois que as transmitem ainda mais defeituosas. Vem uma ministra e diz qualquer coisa. Vem um secretário de Estado e lê uma recomendação. Vem um médico e um especialista e recarrega nos decibéis discursivo. E nós lá vamos, enchendo o nosso percurso, rodeado desta virulência, e sem saber para onde nos virar. Até hoje ninguém disse claro ou por essa luminosidade, o que devemos fazer e que indicações seguir em segurança ou sequer precaução. Uma diz para por máscara, outra contraria. Uma sugere andar de máscara, logo de seguida de técnico especialista do mal que trota mundo, para alertar para não senhor. Que não por isto e mais aquilo. Apresentam indicações e contra indicações. Eu por mim já decidi. Vou andar só com uma luva descartável, e embora não estejamos em período carnavalesco, escolhi colocar, sempre que me desloco a algures cá dentro, uma máscara de Veneza. São lindas e encantam os que das janelas aplaudem a homenagear-me por arrojado adereço. Comigo levo uma pandeireta ou um “brinquinho”,para os convocar e animar a descerem das janelas para se juntarem ao cortejo, para darem brilho à “festança” com que parece alguns fazem comunicados, e até exibem logo a seguir aos caixões que vão a enterrar, as brincadeiras feitas em família, filmadas por câmaras, que são o último grito da tecnologia. É a festa no seu esplendor, enquanto os caixões baixam à cova por todo o descampado, que em cemitérios já não cabem os mortos!

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