Pompeo pede a Maduro e a Guaidó para darem espaço a novas eleições
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu ontem aos líderes venezuelanos Nicolas Maduro e Juan Guaidó para se “retirarem” da cena política, enquanto o Conselho de Estado Plural prepara novas eleições.
No final de 2019, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou a criação de um Conselho de Estado Plural, com representantes das várias fações políticas, incluindo o Governo liderado pelo Presidente Nicolas Maduro, destinado a organizar novas eleições presidenciais em 2020.
Os Estados Unidos pediram ontem a Maduro e a Guaidó para que ambos se retirem da cena política, deixando espaço para o Conselho de Estado preparar o ato eleitoral.
Ao fazer o apelo a ambos os lados, o Departamento de Estado norte-americano passa a ideia de que está a abandonar, pelo menos temporariamente, o apoio privilegiado a Juan Guaidó, que reconheceram como Presidente interino da Venezuela, desde janeiro de 2019.
Numa conferência de imprensa, Mike Pompeo disse que Juan Guaidó teria espaço para concorrer nas próximas eleições presidenciais da Venezuela.
“Ele é o político mais popular da Venezuela e, se houvesse eleições hoje, teria um resultado incrivelmente bom”, disse o secretário de Estado norte-americano, acrescentando que Washington continuará a apoiá-lo.
“Nicolas Maduro deve sair”, reiterou Pompeo, que disse estar empenhado em garantir que as eleições livres e democráticas na Venezuela possam afastar o regime do atual Presidente eleito.
Os Estados Unidos e cerca de 60 outros países reconhecem a legitimidade do autointitulado Presidente interino, Juan Guaidó, na sequência de uma crise política provocada pelas eleições presidenciais de 2018, em que Maduro saiu vencedor sob críticas de falta de transparência por parte da oposição.
A Venezuela atravessa uma grave crise política, económica e social que já levou milhões de cidadãos a atravessarem as fronteiras, procurando asilo nos países vizinhos.