Estudantes pedem reforço do sistema de acção social
Os estudantes alertaram hoje o ministro da Ciência e Ensino Superior para a necessidade de reforçar o sistema de ação social para combater os problemas criados pela redução dos rendimentos das famílias decorrentes das consequências da pandemia.
“A diminuição de rendimento de muitas famílias irá criar dificuldades no pagamento de rendas de outras despesas associadas ao ciclo de estudos. (...) O sistema de ação social tem de ser adaptado e reforçado para combater estas dificuldades”, defendem as federações e associações de estudantes, numa carta enviada a Manuel Heitor.
Na missiva, os estudantes recordam que, na carta que receberam do ministro no âmbito do Dia Nacional do Estudante, o governante garantia que os apoios sociais de emergência estavam prontos para ser usados “no quadro legal e institucional em vigor”, mas sublinham que, mais de uma semana depois, a resposta por parte do ministério é “exatamente nenhuma”
“O sistema de ação social, o seu reforço e sua adaptação a novos cenários é responsabilidade de V. Exa. As IES [Instituição de Ensino Superior] e as estruturas académicas tudo têm feito para resolver todos os problemas que surgiram desta brusca mudança, mas não nos peçam para fazer tudo”, insistem.
As federações e associações académicas de todo o país dizem-se dispostas a total colaboração com o Governo e apelas a Manuel Heitor que “evite uma crise no futuro” e reforçam que o momento que o momento que a sociedade atravessa “é de particular dificuldade” e que o desafio “será ultrapassado pelo esforço conjunto de todos”.
“Salvar vidas é ainda assim garantir que quando a pandemia que se abateu sobre o mundo desaparecer, porque vai desaparecer, os que cá continuam e os que virão a seguir a nós têm recursos para poderem prosperar”, sublinham.
Na carta, os estudantes defendem que as políticas e ações de resposta a esta crise devem centrar-se na ideia de que não se pode deixar que nenhum estudante abandone os seus estudos: “Isto será evitar a crise no futuro”, insistem.
“É importante que se reconheça que nestes momentos as respostas terão de ser o mais concertadas possível para que cada um possa cumprir o seu papel e o resultado ser rápido e eficaz”, acrescentam.
Portugal, onde o primeiro caso de covid-19 foi confirmado a 02 de março, está em estado de emergência até quinta-feira.
Os últimos dados indicam que o país regista 160 mortes e mais de 7.400 infetados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca a doença covid-19, uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.
Detetado em dezembro de 2019, na China, o novo coronavírus já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.