Reino Unido liberta reclusas grávidas e mães acompanhadas dos filhos
O governo britânico vai libertar temporariamente mulheres grávidas atualmente detidas, assim como reclusas que estejam em unidades onde residem com os filhos, de forma a protegê-las do contágio de covid-19 nas prisões.
A medida, anunciada pelo ministério da Justiça britânico, vai abranger mulheres que passem numa avaliação e não sejam consideradas um risco para a sociedade.
“Os diretores [das prisões] podem agora liberar temporariamente as prisioneiras grávidas para que possam ficar em casa e reduzir o contacto social, tal como todas as outras grávidas foram aconselhadas a fazer”, justificou o ministro, Robert Buckland.
As autoridades já tinham tomado providências há vários dias para combater a propagação da pandemia covid-19 nas prisões, proibindo as visitas a prisioneiros e impondo medidas de distanciamento social nas celas.
O número de casos confirmados de covid-19 nas prisões de Inglaterra e País de Gales mais que duplicou em três dias, para 55 reclusos no domingo, contra 27 casos na quinta-feira entre um total de 83.000 pessoas detidas nestas duas regiões.
O número de guardas prisionais infetados também aumentou de cinco para 13 no mesmo período, num quadro de pessoal reduzido por 10% de membros atualmente em isolamento.
O primeiro óbito nas prisões foi registado na passada quinta-feira, um homem de 84 anos com outros problemas de saúde.
As diferentes regiões estão a tomar medidas diferentes, tendo o governo autónomo da Irlanda do Norte decidido soltar antecipadamente dezenas de prisioneiros, mas a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que esta será uma medida de último recurso.
Na atualização dos dados feita na terça-feira, o Ministério da Saúde britânico indicou terem sido diagnosticadas 25.150 pessoas com covid-19 entre 143.186 pessoas testadas no Reino Unido, das quais 1.789 morreram, um aumento de 381 nas últimas 24 horas, o maior desde o início da pandemia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.