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Guaidó agradece apoio de Portugal na criação de governo nacional de emergência

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O líder opositor venezuelano Juan Guaidó agradeceu hoje o apoio de Portugal à proposta da oposição venezuelana de criar um governo nacional de emergência para encontrar soluções imediatas à crise política, económica e social na Venezuela.

“Agradecemos o apoio de Portugal à nossa proposta de (criar) um governo nacional de emergência para proteger os venezuelanos e conseguir uma transição para a democracia “, escreveu na sua conta na rede social Twitter.

Segundo Juan Guaidó, para Portugal “o governo nacional de emergência e o Conselho de Estado são um passo decisivo para a Venezuela”.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), acolheu com satisfação a proposta de um governo nacional de emergência e do Conselho de Estado para a transição democrática para a Venezuela”, explica noutra mensagem.

Na semana passada, Juan Guaidó propôs a criação de um governo de emergência para responder à crise humanitária no país que diz estar a agravar-se com a covid-19, que foi aprovada, terça-feira pela maioria parlamentar opositora.

No final de 2019, Juan Guaidó, anunciou a criação de um Conselho de Estado Plural, com representantes das várias fações políticas, incluindo o Governo liderado por Nicolás Maduro, destinado a organizar novas eleições presidenciais em 2020.

Os Estados Unidos apresentaram, terça-feira, um Plano de Transição Democrática para a Venezuela que prevê que o Presidente eleito, Nicolás Maduro, e o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, se afastem para permitir que um Conselho de Estado Plural prepare a realização de eleições presidenciais nos próximos meses, tendo como contrapartida o fim das sanções económicas internacionais contra o regime de Caracas.

Caracas já recusou a proposta dizendo que a Venezuela é “livre e soberana”, que jamais aceitará a tutelagem de algum governo estrangeiro e acusou o Presidente dos EUA, Donald Trump, de tentar “obter vantagens geopolíticas em plena aterradora pandemia global”, a covid-19.

“É precisamente a administração de Trump que se deve afastar, levantando as medidas coercitivas unilaterais [sanções] que até os seus legisladores reconhecem que impedem a Venezuela de adquirir equipamentos para enfrentar a covid-19”, lê-se num comunicado divulgado em Caracas.

Segundo Caracas, “já é tempo de [os EUA] abandonarem a fracassada estratégia de uma mudança de governo pela força na Venezuela”.

Também na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal saudou a proposta dos EUA para a Venezuela, lembrando a sua urgência, perante a crise sanitária global, provocada pela pandemia de covid-19, que está a afetar gravemente a sociedade venezuelana.

“Neste momento, mais do que nunca, é necessário ultrapassarem-se as divergências políticas, face aos enormes desafios que enfrentam todos os venezuelanos”, diz o ministério liderado por Augusto Santos Silva, em comunicado.

O ministério português considera que a solução apresentada por Washington “vai ao encontro da posição sempre sustentada pelo Governo português, de privilegiar uma solução política, inclusiva e pacífica para a situação na Venezuela”.

A crise política, económica e social, venezuelana, agravou-se a partir de janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino da Venezuela, até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.

Cerca de 60 países, incluindo Portugal (no âmbito da União Europeia), reconhecem a legitimidade do autointitulado Presidente interino, Juan Guaidó, e pedem novas eleições na sequência de uma crise política provocada pelas eleições presidenciais de 2018, em que Maduro saiu vencedor sob críticas de falta de transparência por parte da oposição.

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