Argentina confirma a primeira morte do Covid-19 na América Latina
A primeira vítima mortal do novo coronavírus na América Latina é um argentino, de 64 anos, que esteve em França e que morreu na manhã de sábado, confirmou o Ministério argentino da Saúde através de um comunicado.
Na noite deste sábado, as autoridades sanitárias confirmaram a morte do primeiro latino-americano, vítima do coronavírus responsável pela Covid-19.
De acordo com o boletim médico do hospital Cosme Argerich de Buenos Aires, o paciente de 64 anos tinha chegado de Paris no dia 25 de fevereiro, mas sem sintomas do Covid-19. Três dias depois, no entanto, apresentou sonolência, falta de apetite, febre, tosse e dor de garganta.
Foi internado no dia 04 de março já com um quadro respiratório grave, precisando da ajuda de aparelhos para respirar.
O doente ficou em quarentena à espera do resultado do teste para coronavírus. O resultado positivo chegou na tarde deste sábado, quando o paciente já tinha morrido.
“Contribuiu para a rapidez do desenlace o facto de o paciente ser diabético, hipertenso, bronquítico crónico e insuficiente renal crónico”, conclui o boletim médico.
Os responsáveis pelo hospital na capital argentina tentaram proteger a esposa do paciente, que se negou ao isolamento domiciliário para acompanhar o marido até ao final.
A primeira vítima mortal é o nono caso de coronavírus na Argentina e o primeiro de um argentino que se contagiou em França. Os outros oito casos são de casos “importados” do Norte da Itália, país com forte ligação com a Argentina, de onde é proveniente grande parte das famílias.
No sábado, o governo argentino publicou duas resoluções com licenças laboral e escolar em relação ao surto de coronavírus.
O Ministério do Trabalho decretou que os trabalhadores tanto do setor público quanto do privado que tenham viajado recentemente ao exterior e que possam ter estado expostos ao vírus que fiquem nas suas casas por 14 dias e que não exponham os colegas de trabalho ao risco de infeção.
A medida visa o cumprimento de protocolos de isolamento para prevenir mais contágios e garante a continuidade dos rendimentos do trabalhador.
A segunda medida vem do Ministério da Educação para estudantes, professores e pessoal dos estabelecimentos de ensino do país tanto públicos quanto privados. Aquele que tiver viajado a zonas afetadas por coronavírus não deve frequentar as aulas por 14 dias, permanecendo no seu lar para evitar a disseminação do vírus.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China, já provocou mais de 3.500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infetadas em pelo menos 94 países.
Com base no número mundial de infetados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.