Madeirenses contam como reagiram ao sismo
Depois do susto, partilhas multiplicaram-se no nosso Facebook
Desafiamos os madeirenses a partilhar no nosso mural do Facebook o que fizeram mal sentiram o sismo que esta noite abanou por instantes a Região. Faltavam dois minutos para as nove da noite quando a terra tremeu. A magnitude sentida foi de 5.1 na escala de Richter.
Se há quem relativize o abalo sísmico, tendo continuado impávido e sereno, muitos testemunham sentimento de impotência, medo e pânico. Quem estava em casa, tentou proteger-se “debaixo da viga da porta”, como conta Ana Sofia Luís, ou para “debaixo da mesa”, como confidencia Ana Ornelas. Mas também, por falta de capacidade de reacção há quem tenha ficado no sofá “assustado”. Ou então, porque precavido, tenha percebido o que se estava a passar. Foi o caso de Catarina de Sousa. “Os meus cães começaram a ladrar uns 10 segundos antes, sentiram muito antes de mim. Incrível!”, escreve.
Cláudia Ornelas assume que foi tudo muito estranho. “Começou com um ligeiro tremor como se um camião estivesse a passar ao pé, de repente aumentou de intensidade e barulho. Ficou toda a gente parada a olhar uns para os outros a tentar perceber o que estava a acontecer e o que fazer. Assim que passou, chegou a espetada e começaram todos a comer. Para aliviar o ambiente fizemos um brinde”.
Mário Camacho estava de serviço no Madeira Shopping. “Os primeiros pensamentos eram que o shopping estava a ruir, até ligar para casa e aperceber-me que foi geral. Clientes todos porta fora, e a correr em direção às escadas e muitos para os elevadores. Ver para crer!
Marlene Marques demorou “um certo tempo para acreditar que a terra estava a tremer”. Conta que o prédio parecia que ia ruir. “Juntei-me rapidamente ao meu marido e filho e ficamos ainda por um tempo debaixo do vão da porta! O susto foi grande!”, refere.
Guida Silva estava em casa no oitavo andar. “Quando sentimos fugimos para debaixo da mesa e quando parou fomos para rua onde já havia muitos vizinhos”, sublinha.
Filipa Fernandes estava na Eira do Serrado numa festa. Quando se apercebeu de algo estranho “não sabia se era derrocada se era sismo”, “nem sabia o que fazer”.
No Estreito de Câmara de Lobos o chão balançou de tal forma que Graça Costa nem conseguia andar. “Houve objetos que tombaram nas estantes e a casa toda tremeu durante uns segundos. Senti as traves de madeira no sótão a ranger e muito ruído. Os animais desataram num alvoroço tremendo”.
Teresa Freitas estava vendo TV e “de repente a mesa abanou, a cortina da janela começou a mexer parecia o vento e um grande barulho parecia uma trovoada”. Admite ter entrado em pânico o mesmo acontecendo com Teresa Vieira. “Estava na altura em casa de uma amiga entramos em pânico”, refere.
Maria Gustavo viu muita gente a correr de um bar no Jardim da Serra e a cair uns em cima dos outros. “Um grande susto”.
Lucy Dos Reis estava a jantar à beira mar, na Praia Formosa. “Todos os que lá estavam ficaram assustados. Pagámos e fomos logo embora com receio de um tsunami”, confidencia.
Márcia Pereira estava a trabalhar no hospital dos Marmeleiros. “Abanou tudo e pensei que ia desabar tudo e ia morrer ali”.
Cláudia Moniz estava num centro comercial e sentiu que é grave “a nossa sociedade não saber as medidas que deve tomar para ficar em segurança em situações destas”. “A pressa e o pânico para correr poderiam provocar acidentes mais graves. Após o susto, o centro comercial começou a fechar as lojas e de imediato começou a ser evacuado”, refere.
Ana Sofia Marques não sentiu nada: “Vínhamos a conduzir e graças a Deus não sentimos nada, o que nos chamou atenção foi ver imensas pessoas na rua de pijama durante o percurso até casa, e quando abordamos os vizinhos e que tivemos a noção do que se tinha passado”.
Victor Costa confessa ter tido um sentimento de inferioridade perante a natureza. “Não somos nada, a qualquer momento podemos simplesmente desaparecer. Assustador”, sublinha. Susana Campos viu “a vida andar para trás em breves segundos”. E Su Silva ficou a pensar “que devemos ter um kit sempre à mão” pois “estava na rua e só pensava na medicação importante do meu marido”.
Laura Rocha conta que estava na cama adormecer o filho de 20 meses. “Para ele não se assustar fingi que estava tudo bem e fiquei com ele enquanto tentava perceber se era situação de alarme ou não”. Patrícia Pestana conta que na Serra de Água, foi meio confuso e assustador. “Saímos logo para a rua e ao mesmo tempo ouvíamos a rocha a cair... Nunca mais me esqueço desta noite...”.
“Abanou tudo como gelatina e fomos logo para debaixo da mesa”, confessa Leticia Reis.
Conceição Faria pensava que era a máquina de lavar a roupa a torcer sem controlo mas depressa percebeu que a m´quina estava desligada. Depois fugiu logo para a rua pelas escadas mas notei que todas as janelas estão torcidas e algumas algumas com vidro rachado.
Se o susto ficou, a boa disposição também se faz notar. Márcio Nóbrega confidencia que ficou a conhecer os seus vizinhos todos! “Foi agradável”, escreve.