OIM pede “resposta humanitária” para a fronteira da UE com a Turquia
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu esta quarta-feira uma “resposta humanitária” na fronteira da União Europeia (EU) com a Turquia e apelou a todos os países para que tenham uma abordagem “equilibrada e humana” sobre a matéria.
Desde sexta-feira que milhares de pessoas estão concentradas junto das fronteiras terrestres da Grécia, cercadas e vigiadas pela polícia e exército gregos, depois de a Turquia ter permitido aos refugiados e imigrantes no seu território que tentassem alcançar a Europa.
Nos últimos cinco dias equipas da OIM e parceiros mobilizaram recursos para dar assistência aos grupos de migrantes, que se deslocaram de vários locais da Turquia para as fronteiras da UE.
Num comunicado, a OIM diz que uma primeira avaliação indica que muitas dessas pessoas são vulneráveis, com grande percentagem de mulheres e crianças, e estão sem comida, sem água e muitas sem sítio para dormir.
“As equipas móveis da OIM prestaram assistência directa a mais de 2.000 migrantes, distribuindo bens essenciais e oferecendo serviços de tradução em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Crescente Vermelho turco e a Associação para a solidariedade com os requerentes de asilo e migrantes”, diz-se no comunicado da OIM.
A organização diz que está pronta a ajudar os governos envolvidos com acções que possam ajudar a reduzir vulnerabilidades dos migrantes, e congratula-se com os compromissos assumidos pela UE de lidar com a situação numa perspectiva humanitária.
E pede à comunidade internacional apoio para a Grécia, “que enfrentou uma pressão considerável nos últimos anos em nome da UE”, e para a Turquia, que há muito recebe milhões de refugiados fugidos do conflito da Síria.
“A situação em Idlib, na Síria, em particular, chegou agora a níveis catastróficos. O número de novos deslocados internos está próximo do milhão, criando enormes necessidades humanitárias para a população civil em geral”, diz a OIM, que mais uma vez pede às partes em conflito na Síria que respeitem as leis humanitárias internacionais, protejam as populações civis e permitam a ajuda humanitária.