A Madeira precisa de avançar
É um novo ciclo que se abre dentro do PS Madeira, com passos certos dados a três tempos
Num dos livros de um dos meus escritores portugueses preferidos da actualidade, Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas, do Afonso Cruz, há uma parte na história que diz muito sobre a minha filosofia de vida: “Dizia Krupin que aquilo mostrava a diferença entre os homens: os que são e os que imaginam. Ele orgulhava-se de pertencer aos primeiros. - Só existimos - dizia ele - quando fazemos.” É esta vontade fazer que tem alimentado a minha participação na vida política e que agora leva a candidatar-me à liderança do PS Madeira.
Faço-o por uma convicção, a de estar a prestar o meu melhor contributo ao PS Madeira, na certeza de que assim estou a lutar pelo superior interesse da Região. Mas também faço-o por um dever de responsabilidade, a responsabilidade de liderar uma alternativa capaz de mobilizar os madeirenses e os porto-santenses, numa esperança de mudança que é partilhada pela maioria da nossa população. Como tão bem escreveu o nosso Cardeal José Tolentino Mendonça, no texto “A pequena chama”, inserido no livro O Pequeno Caminho Das Grandes Perguntas, “é que somos responsáveis por que essa pequena e débil esperança não se rompa ou extinga. Um dia ser-nos-á perguntado o que fizemos não apenas da nossa esperança, mas também da esperança daqueles com quem caminhámos, sobretudo dos mais vulneráveis”. E é por causa disto que tenho tentado saber estar onde é preciso estar e, neste momento e nesta candidatura, dar força ao PS para fazer avançar a Madeira. É uma espécie de luta, que sem acabar, recomeça.
É um novo ciclo que se abre dentro do PS Madeira, com passos certos dados a três tempos. Um primeiro de união do partido, reforçando a sua influência política e social, continuando o caminho de crescimento que tem sido visível e para o qual dei a minha contribuição. Um segundo tempo, o de preparar as eleições autárquicas, com vitórias em 2021, que comprovem aquela que é a marca PS na boa governação no poder local. Um terceiro tempo, o de afirmação da alternativa que provoque a mudança de governo na Região, que ponha fim a esta coligação do PSD/CDS, que só tem causado perturbação política e social. Este Governo não feito mais do que administrar o que está, agravando problemas, que não se resolvem com as escandalosas nomeações partidárias, ou com o faltar à verdade e antes das eleições dizer que não haveriam mais jaulas de aquicultura e depois avançar com mais, ou ainda desestabilizar o sector da saúde com a novela à volta da designação do director clínico do SESARAM. Este Governo Regional partidariza tudo o que mexe e está mais interessado em governar para os partidos que o sustentam, do que governar para os madeirenses e porto-santenses.
É por todas estas razões que precisamos de um PS Madeira bem organizado, com capacidade de agregar e mobilizar, aberto e dinâmico, capaz de integrar ideias inovadoras, transformado-as em projetos políticos promotores de mudanças. E são enormes os desafios que a Região tem de enfrentar, a começar pelo combate às desigualdades, mas também pela capacidade de criar as condições para um crescimento económico que gere oportunidades, que beneficie todos e não apenas alguns, promovendo uma coesão social e territorial. A existência de serviços públicos de excelência, em duas aéreas essenciais, a saúde e a educação, e uma qualidade de vida com políticas bem definidas numa “agenda verde”, em que o ambiente como prioridade, garanta segurança para a nossa população e a natureza intacta para os turistas que nos visitam. Que a transparência e o combate à corrupção seja uma causa de todos e que a Autonomia viva de soluções e não de conspirações, com a sua necessária refundação e resolução definitiva de questões, como as da continuidade territorial e da autonomia financeira.
É isto que nos é exigido, que saibamos compreender o que se passa à nossa volta, promovendo o debate político sobre o que é essencial fazer-se, tendo novas focagens alicerçadas nos valores em que acreditamos, que promovam as reformas necessárias, sempre com os interesses da Região em primeiro lugar. É pois para se poderem dar estes passos concretos que me candidato à liderança do PS Madeira, com a certeza de que os madeirenses e portro-santenses sabem que podem contar comigo para superar os desafios que temos todos pela frente, e para fazer avançar a Madeira.