Facebook e Instagram também excluem vídeo de Bolsonaro
As redes sociais Facebook e Instagram seguiram os passos do Twitter e excluíram esta segunda-feira um vídeo no qual o Presidente brasileiro desafia o isolamento defendido pelas autoridades sanitárias para combater a pandemia da covid-19.
Em comunicado, a empresa fundada por Mark Zuckerberg informou que decidiu excluir a publicação devido à sua política, que “não permite desinformação que possa causar danos reais às pessoas”, referindo-se ao vídeo de Jair Bolsonaro.
“Removemos o conteúdo do Facebook e Instagram que viola as nossas regras da comunidade, que não permite desinformação que possa causar danos reais às pessoas”, afirmou a empresa em comunicado.
O Facebook, que é dono do Instagram, anunciou nos últimos meses várias iniciativas para contribuir com a luta contra o coronavírus, entre as quais medidas para conter a desinformação e “notícias falsas”, assim como aumentar a divulgação das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A empresa, situada no estado norte-americano da Califórnia, tomou a decisão de excluir o vídeo de Bolsonaro apenas um dia depois de o Twitter ter feito o mesmo, após considerar que a publicação “violou as regras” dessa rede social.
No vídeo, Bolsonaro, de 65 anos, conversa com um vendedor ambulante em Taguatinga, uma das cidades satélites de Brasília, capital do país, apesar das restrições impostas por diferentes estados brasileiros para travar o avanço da covid-19, que no Brasil, já fez 159 mortos e 4.579 infetados.
“Conversei com as pessoas e elas querem trabalhar. É o que eu disse desde o início. Vamos tomar cuidado, as pessoas com mais de 65 [anos] deve ficar em casa”, disse Bolsonaro, uma das figuras políticas mais céticos sobre a gravidade do coronavírus e defensor do fim do isolamento social.
Bolsonaro também disse aos populares que a cloroquina, um medicamento usado contra doenças como malária, “está a funcionar em todos os lugares”, apesar de sua eficácia contra o coronavírus ainda não ter sido comprovada cientificamente.
O Brasil tem 159 mortos e 4.579 infetados pelo novo coronavírus, sendo já 15 as unidades federativas brasileiras a registarem óbitos devido à pandemia da covid-19.
Segundo o executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, a taxa de mortalidade da covid-19 no Brasil é atualmente de cerca de 3,5%.
De acordo os dados hoje divulgados, 15 das 27 unidades federativas do país (26 estados mais o Distrito Federal) registaram óbitos devido ao novo coronavírus: Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Maranhão, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Assim, todas as regiões do Brasil têm mortes confirmadas pela covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.