Julgamento sobre os ataques de 2015 em França será entre Setembro e Novembro
O julgamento de envolvidos nos ataques em janeiro de 2015 ao jornal Charlie Hebdo e a um minimercado ‘kosher’ nos subúrbios de Paris, adiado devido à pandemia da covid-19, será realizado entre 02 de setembro e 10 de novembro.
Segundo a agência de notícias AFP, a fonte da informação avançada hoje é a Procuradoria Antiterrorismo de França.
Este julgamento emblemático foi inicialmente agendado para acontecer entre 04 de maio e 10 de julho.
O julgamento foi adiado na semana passada porque o presidente do tribunal considerou que não era possível mantê-lo “em condições sanitárias suficientemente satisfatórias”.
Catorze suspeitos deverão comparecer perante um tribunal especial.
Os catorze são suspeitos do apoio logístico aos irmãos Kouachi e a Amédy Coulibaly, autores dos ataques que tiveram como alvo a equipa editorial do semanário Charlie Hebdo, uma polícia municipal em Montrouge, nos subúrbios de Paris, e o supermercado parisiense Hyper Cacher, com um total de 17 mortos.
Será o primeiro julgamento organizado relacionado a um ataque ‘jihadista’ cometido em França desde o realizado em 2017 pelos assassínios perpetrados por Mohamed Merah, cinco anos antes.
Em 07 de janeiro de 2015, os irmãos Chérif e Saïd Kouachi atacaram a equipa editorial do semanário satírico Charlie Hebdo, matando 12 pessoas nas suas instalações em Paris, antes de fugir.
No dia seguinte, Amédy Coulibaly matou uma polícia municipal em Montrouge, perto de Paris, e em 09 de janeiro matou quatro homens, todos judeus, durante a tomada de reféns da loja Hyper Cacher, no leste de Paris. Coulibaly morreu no local num ataque policial.
Os irmãos Kouachi foram mortos pouco antes numa gráfica onde se entrincheiraram, em Dammartin-en-Goële, na região de Paris.
Os catorze acusados serão julgados por um tribunal especial, composto apenas por magistrados.
Entretanto, três dos acusados, alvos de mandado de prisão, estão desaparecidos. A morte destes três acusados na zona iraquiana-síria, mencionada por várias fontes, nunca foi oficialmente confirmada.
A pedido do Ministério Público Nacional Antiterrorismo, este julgamento será filmado.
A captura de imagens e gravações durante os julgamentos é, em princípio, proibida na França, mas desde a lei de Badinter de 1985, pode ser autorizada se “for de interesse para a constituição de arquivos históricos da justiça”.