Confirmado primeiro caso de infecção em campos migratórios na Grécia
Uma migrante que vive no campo de refugiados de Ritsona, perto de Atenas, foi diagnosticada com covid-19 após ter dado à luz num hospital da capital grega, anunciou hoje o Ministério para as Migrações grego.
Trata-se do primeiro caso oficial de infecção pelo novo coronavírus entre os migrantes que vivem em campos de acolhimento de refugiados na Grécia.
A requerente de asilo “oriunda do continente africano”, segundo a televisão pública grega ERT, teve um parto por cesariana há dois dias num hospital de Atenas, antes de ter sido diagnosticada com covid-19, indicou uma fonte hospitalar, citada pelas agências internacionais.
Cerca de dez profissionais da unidade hospitalar, que tiveram em contacto com a doente, foram colocados em quarentena.
Três outros pacientes que estavam na mesma enfermaria e o recém-nascido serão submetidos a testes à doença covid-19, disse a mesma fonte.
O pai do recém-nascido não está infectado.
Peritos do sistema nacional de saúde grego deslocaram-se a Ritsona, a cerca de 70 quilómetros a norte de Atenas, para rastrear as pessoas que tiveram em contacto com o casal e tentar identificar a origem do contágio desta migrante.
Alguns dias antes de ter deliberado o confinamento geral da população grega, o governo da Grécia impôs medidas restritivas nos vários campos de refugiados sobrelotados que existem naquele país, tanto no território continental como nas ilhas gregas.
Nestes campos vivem dezenas de milhares de pessoas, em condições de vida precárias e em condições sanitárias muito débeis.
Os testes para rastrear eventuais casos de covid-19 são raros nestes campos e de difícil acesso, devido, nomeadamente, ao cancelamento de atribuição de um número de segurança social aos migrantes, medida decidida pelo governo grego conservador após ter chegado ao poder, no verão de 2019.
A Grécia regista, até à data, 43 mortes e 1.212 casos de covid-19, numa população de quase 11 milhões de habitantes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 791 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 38 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 163 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 439 mil infectados e mais de 27.500 mortos, é aquele onde se regista actualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 11.591 mortos em 101.739 casos confirmados até segunda-feira.