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Isolamento social: como manter a minha “sanidade mental”

Começo este artigo com uma frase que li há dias: “Seria possível reiniciar este ano de 2020? É que a instalação tem um vírus!” Presentemente estamos a meio deste primeiro período de isolamento social. São tempos muito difíceis! No meu caso particular e de forma a proteger a minha família, composta por pessoas em ambos os extremos de idades e com comorbilidades, decidi naturalmente pelo isolamento familiar.

Para lidar com esta situação é preciso adequar a nossa saúde física e mental. Afinal, ao fim de tantos anos de dedicação ao trabalho e de ausência de tempo, percebemos que afinal somos seres vivos e seres frágeis.

Filmes... Oiço muitas pessoas afirmar que estão dentro de um filme de ficção científica. A maioria detestava este género de filmes... Estamos de facto perante uma 3ª Guerra Mundial, neste caso e felizmente não desencadeada por um qualquer líder mundial mas sim por um ser microscópico que só revela a sua verdadeira dimensão pelo número devastador de mortes que diariamente testemunhamos pelos noticiários.

O nosso inimigo não tem raça, não tem género, não conhece estratos sociais, nem idades, é de facto um ser invisível com um pacto não só com a morte, mas também com efeitos dramáticos sobre a economia e indutor de profundas mudanças na rotina da nossa população.

Não divagando mais acerca da sua dimensão e estranha presença, gostaria apenas de apresentar algumas formas de adaptarmo-nos a esta nova e estranha situação de isolamento social.

Recentemente, e bem, temos tomado conhecimento pela comunicação social as possíveis consequências deste isolamento social. Afinal, além do efeito na economia, no comércio e, principalmente, nas pequenas e médias empresas, o mais importante é falar do impacto no ser humano.

O principal sintoma que nos afeta a todos, além do medo de contrair esta doença, passarmos aos nossos, ficarmos incapacitados ou até morrermos, é a ansiedade que o desconhecido nos provoca. Afinal até para cientistas e médicos a nível mundial esta é uma nova pandemia.

Todos estamos preocupados. Ultrapassando o fator doença, os empresários estão preocupados com salários e contas para pagar. Os doentes com doenças crónicas têm medo do risco acrescido perante esta doença. Os idosos, sim porque esta é uma população muito presente na nossa sociedade, sofrem pelo isolamento que a que foram confinados. Não há mercado, não há missa, não há espaço para ver os netos, os filhos, os sobrinhos, há apenas o desconhecido e as reportagens onde se afirma que serão os principais visados desta doença.

Apesar desta situação há apenas uma verdade: todos, mesmo todos, vamos perder algo durante esta pandemia. Ninguém está isento. O que podemos fazer é amenizar a perda. É por isso fundamental amenizar os sintomas de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável.

Como? Aqui ficam algumas dicas.

Em primeiro lugar evite o bombardeamento horário de informações sobre Covid-19.Esta situação induz angústia e elevado nível de ansiedade. Como também já foi dito, pior que a pandemia do vírus é a pandemia do pânico. Para se manter informado defina uma hora e um canal autenticado para obter essa informação.

Outra dica: desenvolva rotinas. Estabeleça um horário para acordar, vista-se com roupas confortáveis e crie um ambiente agradável para realizar as suas atividades. Mesmo que envolva teletrabalho. No dia inclua ainda a realização de exercício, cerca de 30 minutos.

Outro aspeto importante e adequado aos tempos reais é a realização de acompanhamento clínico por via online. Se já realiza consultas de forma regular, não as suspenda. Se por outro lado nunca o fez, mas os seus níveis de ansiedade, medo e agressividade estão no auge, procure soluções para realizar um acompanhamento em consulta online.

Utilize a tecnologia existente para estar próximo das pessoas e comunique com os amigos e familiares. Ligue aos seus avós que estão sozinhos em casa, faça uma videoconferência com amigos e familiares mais distantes.

Nesta fase de isolamento social dedique-se também a atividades que lhe proporcionam prazer. Por exemplo jardinagem, leitura, reflexão, meditação, entre outros.

Lembre-se, esta é uma fase também para mudança no comportamento humano. Não há espaço para egoísmo! As palavras de ordem são a empatia e consciencialização coletiva para um bem maior. A pandemia provocada pelo COVID-19 revelou a nossa fragilidade, mas pode também ser um motor para induzir uma luta e pensamento comuns, para além nós mesmos.

Durante esta pandemia pelo coronavírus, procure pensamentos positivos, evitando pensamentos negativos e indutores de ansiedade e medos.

Não estamos sozinhos nesta luta!

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