Doente não era suspeito da covid-19 à saída do Centro de Saúde da Ribeira Brava
Médico esclarece procedimentos no caso que ‘fechou’ parte da urgência e isolou dois bombeiros
O doente que ontem ao final da tarde ‘mandou’ dois bombeiros da corporação da Ribeira Brava e Ponta do Sol para isolamento e ‘fechou’ parte das urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, por ter sido considerado caso suspeito da covid-19 na triagem hospitalar, “não tinha nada que indiciasse como caso suspeito” quando foi encaminhado pelo Centro de Saúde da Ribeira Brava para a urgência hospitalar. O esclarecimento é assumido pelo médico responsável pelas unidades de saúde da Zona Oeste, Fábio Camacho.
Com o propósito de clarificar a situação ocorrida, também para evitar alarmismo ou mesmo a suspeita de negligência dos técnicos de Saúde envolvidos, Fábio Camacho garante que “o doente quando é transportado do Centro de Saúde [da Ribeira Brava] para o hospital não é um caso suspeito [da covid-19] porque na Ribeira Brava não tinha nada que indiciasse como caso suspeito. Por isso esse transporte é de um doente com um quadro respiratório agudo, pura e simplesmente, sem qualquer critério epidemiológico. Só depois no hospital, face à gravidade do quadro clínico e à insistência de outras explicações para a situação é que entra na definição de caso suspeito só pelo critério clínico, exclusivamente, e por isso é considerado caso suspeito”, explica o clínico.
Assegura por isso que “na Ribeira Brava e durante o processo de transferência os colegas actuaram com toda a exactidão, porque não podiam prever que a situação ia piorar e a senhora ia ser internada, transformando-se num caso suspeito”, sustenta. Assegura que à entrada da paciente no Centro de Saúde da Ribeira Brava “o inquérito epidemiológico aplicado à entrada, excluída essa suspeita, porque a senhora veio de França, mas veio há mais de um mês. Portanto não se pode dizer que o Centro de Saúde não identificou o caso como suspeito”, reforça.
Diz mesmo que a paciente até “podia ter melhorado pelo caminho com a medicação que fez no Centro de Saúde, e nesse caso já não seria um caso suspeito covid-19”. Lembra ainda que “muitas vezes os doentes depois de avaliados nos centros de saúde são enviados para o hospital por uma questão de reavaliação e de confirmação da sua situação. Eventualmente para fazer algum exame complementar, análises ou raio x, e não necessariamente com o propósito de ser internado”. O que aconteceu neste caso é que a doente por ter “infecção respiratória aguda grave requerendo hospitalização sem outra etiologia, é por definição caso suspeito”, concretizou o médico.