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Arábia Saudita bombardeia capital do Iémen numa escalada de tensão

Foto EPA
Foto EPA

A coligação militar dirigida pela Arábia Saudita que intervém no Iémen efectuou hoje diversos bombardeamentos aéreos sobre Sanaa, a capital controlada pelos rebeldes Huthis, que reivindicaram recentes ataques de mísseis em direcção a Riad.

A operação destinou-se a “destruir alvos militares legítimos”, incluindo as capacidades balísticas dos Huthis e que “ameaçam a vida dos civis”, referiu a coligação, amplamente dominada pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, em comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial saudita SPA.

Os habitantes de Sanaa referiram-se a múltiplas explosões após o início do ciclo de bombardeamentos conduzidos pelas forças sauditas.

A cadeia televisiva Al-Masirah, controlada pelos Huthis, referiu-se a 19 ataques aéreos dirigidos a diversos alvos em Sanaa, em particular bases militares e uma escola militar, com um balanço de um morto e dois feridos.

A província de Al-Hodeida, junto ao Mar Vermelho, também terá sido atingida mas sem provocar vítimas.

A operação surge dois após as forças de defesa sauditas terem interceptados dois mísseis balísticos lançados no sábado pelos Huthis em direcção à capital, Riad, e Jazan, uma cidade do sudoeste da Arábia Saudita próxima do Iémen.

Estes ataques, que terão provocado dois feridos civis em Riad, ocorreram quando a capital saudita permanece sujeita a um recolher obrigatório parcial destinado a conter a pandemia de covid-19.

A Arábia Saudita registou oficialmente 1.453 doentes e oito mortos provocados pela doença.

Esta escalada ocorre após as suas partes em conflito terem saudado o apelo da ONU para um “cessar-fogo imediato e mundial” para enfrentar a pandemia.

O Iémen ainda não registou qualquer caso de infecção mas as organizações não-governamentais (ONG) receiam uma catástrofe caso a pandemia se propague neste país do Médio Oriente, que já enfrenta a pior crise humanitária do mundo, segundo os dados da ONU.

A coligação militar impulsionada pelos sauditas intervém no Iémen desde 2015 em apoio ao governo reconhecido pelas instâncias internacionais que se opõe à rebelião Huthi, apoiada pelo Irão e que controla diversas regiões do país, incluindo a capital Sanaa.

De acordo com diversas ONG, a guerra desencadeada em 2014 provocou dezenas de milhares de mortos, na larga maioria civis, e cerca de 23 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população necessitam de ajuda humanitária, indicam as Nações Unidas.

Ameaçado pela fome, o país é também regularmente atingido por epidemias como o dengue e a cólera, devido a um sistema de saúde em colapso e à escassez de água potável.

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