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Madeira

Deixou de haver oposição e maioria na Madeira e no país, diz Ireneu Barreto

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O representante da República para a Madeira considera que com a pandemia da covid-19 “deixou de haver oposição e maioria”, tanto no país como na região, porque todas as forças têm de estar unidas para enfrentar o seu impacto.

“Quer a nível nacional, quer regional, deixou de haver oposição e maioria”, afirmou Ireneu Barreto, em entrevista à agência Lusa.

Segundo o juiz conselheiro, “hoje os partidos políticos, as forças políticas e sociais fazem todas parte de um barco que tem de remar todo no mesmo sentido”.

O representante manifestou o seu apoio ao apelo do presidente da Assembleia da Madeira, José Manuel Rodrigues, para um “pacto alargado” entre o Governo Regional (PSD/CDS-PP) e as diversas forças políticas e sociais para enfrentar a crise económica e social que surgirá com a pandemia, acarretando “custos enormes”.

“Estou solidário com ele e todas as suas iniciativas”, afirmou, elogiando o “comportamento das forças políticas regionais” e reconhecendo o empenho generalizado para conter a pandemia.

“Precisamos de todos, da República. A República não nos vai faltar quando precisarmos dela, em termos económicos, e não sei se não precisaremos da União Europeia”, acrescentou.

Perante uma situação que será “difícil para todos”, admitiu, é necessário um grande esforço para “a recuperação económica da região, [para] atender e minimizar todos os problemas de caráter social que essa crise desencadeia”, e reafirmar a Madeira “como melhor destino insular do mundo”.

“Vai haver um antes e um depois desta pandemia”, afirmou, considerando que a união é essencial para “chegar a um patamar de vida normal” na recuperação.

A situação, recordou Ireneu Barreto, “não está controlada, vai-se agravar”, motivo pelo qual considera natural que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prolongue o período do estado de emergência até 16 de abril.

“Espero é que os próximos 15 dias sejam suficientes”, sublinhou, mencionando que este tipo de situações são evolutivas e têm de ser constantemente avaliadas.

Neste momento, no arquipélago, “prevalecem as razões das autoridades de saúde, que o Governo Regional subscreve” e que têm todo o seu apoio, visto serem “necessárias, adequadas e proporcionais”.

O representante apelou à população para que seja solidária para com os idosos e os sem-abrigo.

Por outro lado, destacou a disponibilidade dos cientistas da Universidade da Madeira que “ofereceram a sua experiência para fazerem os testes” e deixou uma palavra de gratidão a todos os que estão no terreno, desde profissionais de saúde, bombeiros e as forças de segurança à comunicação social, que se esforça para “informar bem a população”.

“Vamos vencer se ficarmos unidos e solidários”, declarou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

Segundo o balanço regional de sábado, a Madeira tem em vigilância ativa 611 pessoas (165 dos quais são contactos dos casos confirmados), incluindo 12 profissionais de saúde, e em vigilância passiva 1.406 pessoas.

Em alojamento próprio dedicado a quarentena obrigatória estão identificadas 119 passageiros, 21 no hotel Praia Dourada (no Porto Santo) e 98 na Quinta do Lorde (em Machico).

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