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Isto ainda vai piorar, antes de melhorar...

Custa-me assumir isto mas não vejo outra hipótese que não seja a de pedir ao Estado que ajude

Para quem, como eu, está neste momento a trabalhar de casa porque a empresa teve temporariamente que encerrar, contribuindo assim para a contenção deste “@$&%/#” vírus, esta frase é terrível. Mas é a que mais se aproxima da realidade...

Como sobreviver, do ponto de vista económico, ao mesmo tempo que cuidamos da saúde daqueles que nos são próximos e dos que nos acompanham diariamente no projecto empresarial que lideramos?

Este é, para mim, o desafio de uma vida! Que procurarei ganhar, claro, apesar dos temores que, não escondo, me acompanham. Até porque tudo isto é novo, absurdamente novo.

Não pretendo apresentar soluções, até porque “mandar postas de pescada” sem ter pleno conhecimento dos meios disponíveis é um exercício que me irrita. Deixo isso para os muitos treinadores de bancada, que de experiência empresarial têm “bola” como diria o JJ...

Posso, se calhar, ser útil partilhando alguns receios, tendo presente a profusão de anúncios de ajudas que nos vão chegando, sendo que para início de conversa, seria bom que os ditos anúncios viessem acompanhados de um qualquer plano de concretização.

Quem teve de fechar portas e quer manter o negócio e os seus colaboradores, não tem outra hipótese que não a de recorrer ao layoff. Esta versão simplificada torna a ferramenta mais adequada às circunstâncias mas de nada servirá se as empresas tiverem de adiantar os 70% a cargo da Seg. Social, para depois receber. Sem receita e sem poupanças, realidade transversal ao tecido económico regional, é o fim.

Os Bancos, que recorrentemente estão a ser puxados para fazerem parte da solução, têm igualmente de perceber que a análise do momento não vai lá com balancetes de 2019 ou planos de negócio a 10 anos. Vivemos uma situação sem precedentes e temos – têm eles! - de apresentar soluções diferentes!

Pensar igualmente em linhas de crédito, com juros de usurário e dependentes da boa vontade de sociedades de garantia mútua que levam eternidades a decidir, enredadas em processos burocráticos que exigem sempre mais um papel, uma certidão ou um carimbo é estar a pedir um tempo que as empresas não têm e a empurrar o problema para a frente, com a barriga.

Custa-me assumir isto mas não vejo outra hipótese que não seja a de pedir ao Estado que ajude. Está na hora, talvez, de exigir a quem leva com cerca de 40% da riqueza que as empresas produzem que dêem algo de volta. Directamente! E hoje, se possível, que amanhã pode ser tarde demais. Mas e pode isso, o Estado, depois de anos a gastar mal o que não tinha?

O tempo é uma incógnita e uma dúvida gigante. Porque não o conseguimos prever nem antecipar; não há plano que nos valha e a estratégia só pode ser uma: - injectar liquidez, dar, dar, dar. Porque isto ainda vai piorar, antes de melhorar...

E por uma vez, não perdi tempo com os caracteres... Ou será que perdi? Ainda tinha uns de sobra mas não foi temor que me tivesse assaltado. Por uma vez...

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