DGS desconhece ainda número exacto de mortes em lares de idosos
A directora-geral da Saúde admitiu hoje que a pandemia de covid-19 já matou pessoas em lares de idosos, mas afirmou desconhecer o número exacto, que está a ser apurado.
“Sei que já há óbitos mas não são ainda em número significativo”, disse Graça Freitas numa conferência de imprensa no Ministério da Saúde, indicando que os surtos de covid-19 em residências e lares de idosos “começaram há muito pouco tempo”.
O número de mortos por covid-19 em lares “será publicado muito oportunamente”, referiu.
“Temos que pensar que entre a data do início de sintomas e o desfecho fatal há um período que é relativamente longo”, salientou, ressalvando que também há “situações que evoluem de forma muito rápida e dramática”.
Graça Freitas defendeu que é preciso que sejam as instituições que alojam idosos e as comunidades locais a tomar “medidas preventivas” para reduzir a concentração de pessoas antes que surjam casos de infecção por covid-19.
Estas incluem o desdobramento dos residentes em “duas instituições, uma delas provisória e extraordinária”, para que “dentro daquele lar, a densidade de pessoas seja diferente e permita um maior distanciamento social”.
As medidas de prevenção devem também contemplar os profissionais que assistem os idosos nos lares, optando-se, por exemplo, por concentrar uma equipa por andar, sempre que haja vários andares no edifício.
Nos lares de idosos -- “a população mais vulnerável entre as vulneráveis” -- “potencialmente há sempre um surto”, porque “as pessoas estão muito juntas e são muitas”.
A haver casos, Graça Freitas referiu que não é forçoso que sejam hospitalizados e que “só vão para um hospital situações em que não haja outra solução”.
O que determina o internamento é sempre o critério clínico e “qualquer doente ligeiro ou moderado não deve ser levado para o hospital, só se tiver outra patologia ou factor de risco”.
As pessoas infectadas devem ter, sempre que haja condições para isso, espaços próprios para convalescer, onde possam ficar sob vigilância, “mas não necessariamente internadas”, o que só deverá acontecer “se o seu estado se agravar”.
Dos infectados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.