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Vamos ficar bem!

A frase ‘Vamos ficar bem’ transformou-se na senha destes tempos difíceis e singulares que estamos a viver. Uma senha de esperança, mas também um sinal claro de que há uma ideia de comunidade e de que é necessário estarmos juntos na luta contra este inimigo invisível e terrível. Estão aí os números para comprovar a tragédia e a força do Coronavírus.

Este estar juntos pressupõe, no entanto, que todos façamos a nossa parte, desde quem tem responsabilidades até ao cidadão comum que é, mais do que nunca, responsável por si e pelos outros.

Ficar em casa, cumprir com as regras de contenção do contágio são as armas a serem usadas na primeira linha. deste combate.

Desde cedo, a Câmara de Santa Cruz estabeleceu um plano de contingência em defesa dos seus trabalhadores, mas também de toda a comunidade. Suspendemos o atendimento presencial, reduzimos a jornada de trabalho, estabelecemos a rotatividade e garantimos novas medidas de segurança para os que têm de continuar a trabalhar e a garantir aqueles que são os nossos serviços essenciais.

Para fora, as nossas medidas têm sido essencialmente de cariz social, com a antecipação da primeira tranche das bolsas de estudo, a isenção do pagamento do consumo de água, a suspensão de rendas sociais. Temos ainda uma rede de apoio, ao nível das freguesias, para a população idosa e mais desprotegida.

No entanto, sei que este é apenas o começo de uma luta que se avizinha longa e que vai exigir de todos nós medidas excecionais para as consequências nefastas desta onda de choque.

A COVID-19 terá efeitos devastadores na economia e isso irá acarretar efeitos dramáticos para as famílias, nomeadamente ao nível do desemprego decorrente do fecho, temporário ou definitivo, de várias atividades.

Paralelamente, e ainda no decorrer da pandemia, serão necessárias medidas excecionais de apoio às franjas da população mais desprotegidas, como o são os idosos em situação de isolamento e de doença, bem como resposta eficaz a outros setores frágeis da nossa sociedade.

As autarquias terão, sem dúvida, um papel importante na resposta social decorrente desta pandemia, e poderão mesmo exercer uma ação mais justa pela proximidade, que permite também uma avaliação mais correta das medidas que será necessário implementar.

Para que esta resposta seja possível, é, contudo, urgente que se dê condições às autarquias para que não falhem neste apoio que será tão necessário. Afinal, são elas que vão estar na primeira etapa de embate com as dificuldades que as famílias vão enfrentar. Mas todos sabemos que os recursos ao dispor das autarquias são escassos e podem mesmo ser inexistentes para fazer face aos desafios com que nos vamos confrontar, nomeadamente na área social. Este é um tema que temos de debater com frontalidade e que exigirá medidas concretas por parte do Estado. Como autarca, não deixarei de fazer o que estiver ao meu alcance para que estas necessidades sejam sentidas por quem de direito e, dessa forma, sejam realizadas alterações que nos permitam ir ao encontro das necessidades que vão emergir desta situação de exceção que nos calhou viver e enfrentar.

Mais do que nunca é necessário união e sentido de comunidade. E acredito que estas premissas serão uma realidade.

Para já, não queria terminar sem uma palavra de apreço, agradecimento e homenagem a todos os que continuam a trabalhar para que a nossa vida decorra com a normalidade possível dentro do momento de exceção que estamos a viver. Desde logo aos nossos trabalhadores, nomeadamente os nossos bombeiros, o nosso pessoal da limpeza urbana e recolha de resíduos sólidos, aos nossos piquetes da água e saneamento. Heróis tantas vezes invisíveis, mas que nos garantem o essencial em termos de segurança, higiene e bens essenciais. A todos eles, o meu abraço e agradecimento sentido e profundo.

Abraço e agradecimento que alargo aos profissionais de saúde e às nossas forças de segurança, e a todos aqueles trabalhadores que nos supermercados, nas bombas de gasolina, nas farmácias nos garantem o acesso ao que é indispensável.

Vamos ficar bem! Eu sei. Nós sabemos. Mas isso depende do tanto que já está a ser garantido por todos os que atrás mencionei e do muito que teremos de fazer para recuperar o que se perderá depois desta ‘guerra’.

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