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Sindicato denuncia obstáculos ao jornalismo

Foto Shutterstock
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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) veio hoje a público denunciar os obstáculos que têm sido colocados ao livre exercício da profissão de jornalista no contexto de Estado de Emergência que se vive no nosso país devido à pandemia de Covid-19.

Em comunicado, o SJ releva que “tem recebido, nos últimos dias, várias denúncias de jornalistas de todo o país, que estão a ser impedidos de fazer o seu trabalho, por falta de colaboração das entidades oficiais”.

“Com a activação dos planos municipais de emergência e protecção civil, muitos presidentes de câmara assumiram o comando das operações, numa lógica de vedar a informação, ou, nalguns casos, de escolher os jornalistas a quem facultam dados, numa violação clara da lei e do direito à informação”, alerta o sindicato, apontando alguns exemplos de obstaculização ao jornalismo um pouco por todo o território nacional.

“A ‘lei da rolha’ a que muitos jornalistas (da imprensa regional e correspondentes da imprensa nacional) foram votados nos últimos dias conheceu episódios diversos a norte (em Fafe), a sul (Faro) e no Oeste, com as entidades de saúde pública a colocarem uma espécie de garrote na divulgação da informação, centralizada na Direçcão-Geral da Saúde”, sublinha o SJ.

E, com efeito, refere que “vários jornalistas reportaram dificuldades em confirmar dados juntos dos serviços de saúde pública”. “Alguns chegaram a ser remetidos “para as conferências da DGS, já que tinham assim tanto interesse”, acrescenta a nota.

Outra dificuldade “apontada por vários jornalistas em diversos pontos do país”, prende-se com as reuniões de câmara”, que, até aqui, eram abertas, vão ser feitas por videoconferência, mas sem que os jornalistas tenham acesso”.

“Convém lembrar que as reuniões das autarquias são tão importantes para a imprensa regional como as sessões do Parlamento são para a imprensa nacional, sendo, por isso, fundamental que os órgãos de informação continuem a assistir às mesmas, ainda que por videoconferência, sob pena de lhes ser claramente sonegado o direito à informação”, realça o sindicato.

“Os jornais, as rádios e as televisões regionais não podem ser meras caixas de ressonância dos órgãos locais. Em tempo de crise como o que atravessamos, é imperioso que os media existam para mostrar o retrato do país, e isso só se consegue com jornalismo. O jornalismo faz-se com perguntas e não com comunicados em que apenas prevalece uma versão dos factos”, conclui a nota.

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